EDUCAÇÃO E HUMANIZAÇÃO NO GRUPO DE TRABALHO EM APOIO A REFUGIADOS E IMIGRANTES NO VALE DO RIO PARDO - UNISC

Larissa Lazzari de Oliveira, Cheron Zanini Moretti

Resumo


RESUMO Diante da temática das migrações, a pesquisa, aqui apresentada, busca conhecer a relação entre educação e humanização através das ações que são realizadas no Grupo de Trabalho em Apoio a Refugiados e Imigrantes no Vale do Rio Pardo (GTARI) da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Tem como objetivos específicos: compreender a relação entre educação e humanização na perspectiva freireana, descrever as ações educativas realizadas pelo GTARI e a problematizar a compreensão sobre educação e humanização neste grupo. A pesquisa está fundamentada em bibliografias relacionadas a refugiados, migrantes, educação e humanização, análise ao site institucional do Grupo pesquisado e, também, em uma entrevista semiestruturada realizada com a coordenadora do GTARI-UNISC. Entendeu-se que, para o processo de humanização acontecer, é necessário a existência da desumanização, ou seja, da situação de dominação do opressor sobre o oprimido. O processo de desumanização vem de condições onde o oprimido se vê precisando do seu opressor - Paulo Freire chamou esse fenômeno de ?aderência?. São, portanto, situações em que o oprimido acredita que não pode ?ser mais?, que não pode sair de onde está, da situação em que se encontra, que não pode crescer ou evoluir sem o seu opressor. Não existe a humanização sem antes haver a libertação da consciência, e essa consciência crítica é o sentimento que a reflexão nos provoca, e, esse, está ligado à educação. Incluindo aquela que acontece nos movimentos sociais, por grupos subalternizados, em espaços tanto escolares quanto não escolares. Entendo, então, que, quando falamos de humanizar, o educar também vem junto, pois, a educação é uma prática (social) de liberdade, que conscientiza e politiza o cidadão para viver em sociedade. Os processos migratórios, sejam por razões ambientais e climáticas, ou mesmo políticas e econômicas, têm aumentado a cada dia, e têm seus reflexos no cotidiano como processos educacionais. Trabalhar com grupos e entidades que realizam atividades educacionais em espaços não escolares, contribui para a emancipação-libertação dos sujeitos. As ações que o GTARI realiza são no sentido de acolher, apoiar e fazer com que os migrantes e refugiados construam sua própria autonomia dentro da comunidade. Trata-se de apoiar o grupo de pessoas a se inserir na sociedade através de elaboração de currículos, no reconhecimento do território e do poder político da região, no relacionamento com entidades e com o poder público com contatos para necessidades específicas. A compreensão de humanização e educação no GTARI, faz-se, então, através das ações realizadas pelo próprio grupo, em um movimento que acolhe, que gera autonomia e faz com que as pessoas migrantes e refugiadas possam criar condições para superar a atual situação e passe então a viver do seu próprio modo, dentro da sociedade e de seu contexto de empréstimo, na perspectiva freireana.

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ISSN 2764-2135