PERCEPÇÕES DOS DESAFIOS DO CUIDADO NUTRICIONAL E DE SAÚDE DE CRIANÇAS EADOLESCENTES EM SOBREPESO E OBESIDADE EM TEMPOS DE PANDEMIA:RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA

Juliana Priebe Steffens, Marília Dornelles Bastos, Bianca Ines Etges, Joice Ines Swarowsky Bastos, Fabiana Assmann Poll

Resumo


Resumo: A pandemia da COVID-19, que, atualmente, mobiliza o mundo, nos faz reforçar a importância dos cuidados com o estado nutricional pelos profissionais que atuam na área de atenção à saúde da criança, com o fechamento das escolas e sem poder sair de casa. Tanto os pais quanto cuidadores estão enfrentando uma grande dificuldade em auxiliar seus filhos em uma alimentação saudável. Os pais acabam ficando cansados por causa do trabalho e tarefas, bem como alterações no cotidiano, o que acaba refletindo no aumento de peso, na adiposidade corporal, no sedentarismo, muitas horas em frente a telas, e consumo de alimentos de preparo rápido, que, normalmente, são ultraprocessados. Sofrem, também, com sentimento de ansiedade, na falta de alguma atividade para fazer ou alguém para preparar uma refeição saudável.
Este trabalho tem como objetivo fazer um relato de experiência das percepções quanto aos desafios do cuidado nutricional e de saúde de crianças com sobrepeso e obesidade em tempos de pandemia, nos atendimentos do ambulatório Vida Leve-UNISC. Este, faz parte do projeto Modos de Vida Saudável da infância ao Envelhecimento Humano, da Universidade de Santa Cruz do Sul ? UNISC. Trata de um estudo descritivo e qualitativo, cujo relato das percepções se refere ao ano 2020, com atendimentos presenciais realizados até metade de março, posteriormente interrompidos e retomados em junho, como bolsistas de extensão universitária. O ambulatório é um serviço oferecido por professores e estudantes do cursos de Nutrição e Medicina, que realizam atendimentos semanais a crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade, junto ao Sistema Integrado de Saúde (SIS), visando a uma melhora na alimentação e composição corporal, bem como de parâmetros de saúde e qualidade de vida, prevenindo doenças futuras. Destaca-se que, em linhas gerais, a percepção que temos é de que os resultados quanto ao estado nutricional e parâmetros de saúde (exames de sangue ? lipidograma, por exemplo) tiveram uma piora, fato que associamos ao hábito de alimentação, e, também, à diminuição ou à ausência da prática de atividade física e ao aumento das atividades sedentárias. Percebe-se, também, uma dificuldade dos pais ou familiares de fazer mudanças na rotina, visto que também estão muitas vezes sobrecarregados com suas tarefas e trabalhos, fazendo com que crianças maiores e adolescentes acabem ficando muito tempo sozinhos. Concluímos, a partir desses resultados, que o auxílio dos pais ou responsáveis, enquanto essas crianças ficam em casa, merece mais atenção, ainda que os profissionais de saúde possam ajudar nas orientações e encaminhamentos, presencialmente ou on-line para essas famílias, até que as escolas e atividades se restabeleçam, e, dessa forma, tenhamos melhores respostas para a saúde e estado nutricional.

Palavras-chave: pandemia; obesidade infantil, estado nutricional, saúde, sedentarismo, COVID-19


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ISSN 2764-2135