EDUCAÇÃO EM SAÚDE POR MEIO DA CARTOGRAFIA TEMÁTICA

Joice Daiane da Silva, Camilo Darsie, Daniel Felipe Schroeder, Patrick Luiz Martini, Silvia Leticia Carvalho Correa, Ernesto Alves

Resumo


Introdução: Informações relacionadas à promoção da saúde e ao controle de doenças educam sujeitos. Elas instituem modos de ser e de valorar sociedades e parcelas do espaço de acordo com os diversos costumes ou condições de saúde que as envolvem. Portanto, a maneira como tais informações são organizadas e divulgadas é relevante para que diferentes pessoas as encontrem, entendam-nas e, partindo disso, sejam educadas em saúde. Assim, neste trabalho, apresenta-se um movimento de organização e de articulação de informações de saúde por meio da elaboração de mapas temáticos divulgados em um site educacional. Objetivos: elaboração e divulgação de mapas temáticos a partir de dados públicos sobre saúde e populações. Metodologia: trata-se de um estudo qualitativo que visa problematizar a educação em saúde por meio de diferentes linguagens. Para tanto, foram utilizados dados sobre a Covid-19 disponibilizados pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul, no portal ?Painel Coronavírus RS?. As malhas cartográficas foram obtidas no portal de geociências do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Para os dados sobre a infraestrutura de saúde dos municípios, os dados foram obtidos no banco de dados do DATASUS. Para a organização dos dados, produção cartográfica e layout dos mapas, foi utilizado o software livre Qgis 3.14. Resultados: até o momento, foram produzidos dez mapas divididos em grupos que apresentam informações e áreas afins. Sendo, então, o primeiro representando a evolução dos casos de Covid-19 e a incidência por 100 mil habitantes, e o segundo representando os óbitos por Covid-19 e a mortalidade por 100 mil habitantes. Os dois grupos possuem uma produção quinzenal, que possibilita analisar o avanço do vírus. O terceiro grupo representa os fluxos de deslocamento para utilização de serviços de saúde em baixa, média e alta complexidade, bem como informações agregadas sobre o número de leitos hospitalares por município. Nesses três grupos, a área abordada são os COREDEs (Conselhos Regionais de Desenvolvimento) Vales do Rio Pardo e Taquari. O quarto grupo possui mapas com a representação de informações de saúde (fluxos, leitos hospitalares e respiradores) em nível estadual. Discussão: índices de saúde são elementos que educam sujeitos e se relacionam com o espaço. Portanto, podem se tornar mais potentes e úteis quando representados e divulgados por meio de mapas temáticos. Já que os preceitos de saúde se vinculam às espacialidades, ou seja, ao conjunto de características de todas as esferas que se articulam às materialidades existentes, elas se encontram em constante ressignificação. Isso ocorre através de uma interação indissociável entre os modos de ser, o espaço e, também, entre as informações que são representadas por diferentes linguagens. Portanto, os mapas discutidos aqui não apenas informam, mas, principalmente, produzem sujeitos ao mesmo tempo em que produzem o espaço por meio de seus processos educativos. Conclusão: os mapas temáticos podem ser entendidos como uma das possibilidades para a representação e compreensão acerca da saúde em articulação como o espaço. Nesse contexto, a representação dos processos de saúde, por meio de mapas, oportuniza que diferentes informações sejam associadas umas as outras e modifiquem, mesmo que sutilmente, as espacialidades das quais ?falam?, tendo em vista que estabelecem dinâmicas reconhecidas pelo campo da educação em saúde.

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ISSN 2764-2135