SÍNDROME DE HELLP E AS REPERCUSSÕES NA SAÚDE DO RECÉM-NASCIDO PREMATURO: UM ESTUDO DE CASO
Resumo
A Síndrome de Hellp ocorre durante o ciclo gravídico-puerperal e corresponde a uma alta taxa de morbimortalidade materno/fetal. É uma variante da pré-eclâmpsia agravada, sendo caracterizada por hemólise, elevação das enzimas hepáticas e plaquetopenia. A Síndrome de Hellp acomete 1 a cada 1000 gestantes, geralmente no terceiro trimestre de gestação, sendo também verificada em 20% das gestantes diagnosticadas com pré-eclâmpsia grave. Objetiva-se com este trabalho descrever o estudo de caso e analisar a partir de bases teóricas a relação da Síndrome de Hellp com a prematuridade e os problemas acarretados por essa. Trata-se de um estudo realizado em um hospital-escola durante a disciplina de Enfermagem no Processo de Cuidar Unidade de Clínica Pediátrica, do 6º semestre do Curso de Enfermagem da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), sendo a coleta dos dados realizada no primeiro semestre de 2020, durante a assistência ao paciente na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Dentre os principais resultados, destacam-se: RN, sexo masculino, prematuro extremo de 27 semanas+1 dia, peso 1,04 quilos, comprimento 36 centímetros (cm), perímetro cefálico 26 centímetros (cm). Ao nascer apresentou choro fraco, movimentos respiratórios irregulares, gemente e pouco ativo. Em seguida, encaminhado para permanecer em incubadora umidificada, em ventilação mecânica contendo oxigênio e ar comprimido, com sonda orogástrica e em uso de surfactante 200 miligramas por quilo, nutrição parenteral total 100 miligramas por quilo por dia, além de medicamentos para tratamento de sepse neonatal, transfusões de plasma e fototerapia profilática. A mãe, 24 anos, primigesta, possui histórico prévio de Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus Gestacional e Infecção do Trato Urinário. Realizou cinco consultas de pré-natal e obteve todas as sorologias do primeiro trimestre negativadas. O quadro de Hipertensão Arterial Sistêmica evoluiu para Síndrome de Hellp e, em seguida, a bolsa rota no ato, levando a uma cesárea de emergência. A hipertensão crônica afeta cerca de 3% a 5% das gestações e está diretamente relacionada a maior probabilidade de pré-eclâmpsia, síndrome de Hellp e complicações à saúde do recém-nascido. A Síndrome de Hellp é potencialmente perigosa para a múltipla falência de órgãos e a ocorrência de convulsões. Os principais sinais e sintomas dessa patologia são algia na parte alta ou central do abdome, náuseas, êmese, cefaleia e mal estar. A única forma de tratamento é a indução do parto ou a cesariana. No entanto, quanto menor a idade gestacional, maiores são as taxas de morbidade e mortalidade e, consequentemente, há maior chance de a criança apresentar sequelas pois a maturação dos pulmões requer no mínimo 35 semanas de gestação, sendo que a síntese do surfactante inicia a partir da 23ª à 24ª semana de gestação. Assim, grande parte dos recém-nascidos prematuros, possuem complicações respiratórias, necessitando de surfactante sintético para amadurecimento dos pulmões, além do uso de ventilação mecânica. A partir do estudo de caso, conclui-se que a Síndrome de Hellp é uma complicação severa das síndromes hipertensivas que, embora não seja muito comum, é preciso que o profissional de saúde esteja atento aos sinais e sintomas durante o pré-natal, pois a partir do diagnóstico precoce, o prognóstico para mãe e o bebê tornam-se mais favoráveis.
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ISSN 2764-2135