VISITA DOMICILIAR: O FAZER COM SABER EM SAÚDE

Nestor Pedro Roos, Ingre Paz, Carolina Levermann Baptista, Anelise Miritz Borges

Resumo


Introdução: A Atenção Domiciliar (AD) constitui-se por um conjunto de ações que visam a promoção da saúde, prevenção e tratamento de doenças, cujos atores configuram-se por uma equipe multiprofissional, que viabiliza a atenção integral à saúde. Adicionalmente, a AD contribui à diminuição das hospitalizações e riscos de infecções hospitalares, além de uma melhor gestão diante das superlotações de urgências e emergências. Os profissionais de enfermagem desempenham papel fundamental com a realização de Visitas Domiciliares (VD), nas quais o saber necessita ser viabilizado cientificamente, de forma que o fazer se torne uma ação importante em prol da saúde. A atenção domiciliar configura-se como um espaço à promoção da saúde de forma não tradicional, pois o profissional atua no domicílio, espaço de domínio do usuário. Ademais, o cuidado perpassa distintas formas de atuação e tecnologias, sendo singular a centralidade no usuário e na família, com estruturação de projeto terapêutico. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência vinculado às disciplinas de Enfermagem em Saúde Ambiental e Coletiva - Saúde do Adulto e Idoso e Enfermagem Clínica na Atenção à Saúde do Adulto e Idoso, pertencentes ao quarto semestre do Curso de Graduação em Enfermagem, da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), realizadas no período de março a julho de 2019. Nestas disciplinas, o acadêmico aprende a realizar VD para idosos com agravos agudos ou crônicos e a conduzir orientações frente ao planejamento e cuidado de enfermagem, tendo como sede acadêmica o Serviço Integrado de Saúde (SIS) da universidade. Principais resultados: Foram realizadas 11 VD pela enfermagem a duas idosas, mãe e filha, as quais apresentavam 92 e 67 anos respectivamente, além do quadro de hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo II. No decorrer das visitas, foi conduzida a escuta qualificada e a aferição dos níveis de glicemia capilar pós-prandial, Pressão Arterial (PA), Frequência Respiratória (FR), Cardíaca (FC) e peso somente da filha, em virtude de a mãe estar acamada, obtendo-se a média das referidas ações à mãe e à filha, na sequência a seguir: glicemias: 106; 161 miligramas por decilitro, PA: 105/66; 130/86 milímetros de mercúrio, FR: 18; 15 movimentos por minuto, FC: 70; 80 batimentos por minuto e peso: 61,600 quilos. Pode-se constatar sobrecarga da cuidadora (filha), a qual mencionava não ter o apoio de familiares, além de pronunciar pensamentos depressivos. O cuidado prestado por ela buscava qualidade de vida a sua mãe, realizando manobras constantes, fundamentadas pela enfermagem, de prevenção das lesões por pressão, incentivo à alimentação saudável e higiene pessoal. Dentre as ações com as idosas, constatou-se a necessidade de um acompanhamento à saúde mental, atenção viabilizada pelos acadêmicos da psicologia, vinculados ao SIS, por meio de nove visitas. A mãe sentia-se triste por estar acamada há seis meses, em decorrência de um quadro de septicemia, que motivou a sua hospitalização, seguida do seu falecimento em julho de 2019. Conclusões: Além do conhecimento científico sobre as patologias e maneiras de assistência ao idoso, o acadêmico de enfermagem necessita ter um olhar integral, que, por vezes, se expande para além da sua responsabilidade, o que requer uma abordagem dialogada e multiprofissional. 



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ISSN 2764-2135