ENTEROCOLITE NECROSANTE E OS DESAFIOS PARA NEONATOLOGIA

Ingrid Franco Machado, INGRE PAZ

Resumo


Introdução: Comum em Recém nascidos (RNs) pré-termo e com baixo peso ao nascer, a Enterocolite Necrozante (EN) apresenta sinais e sintomas gastrointestinais variáveis e progressivos, que levam a necrose de coagulação do trato gastroinstestinal. Considerada a principal causa de morbidade neonatal no mundo e com pouca previsibilidade de evolução do quadro clínico, essa síndrome está relacionada a imaturidade do sistema imunológico e da função intestinal. Objetivos: Analisar e trazer bases teóricas sobre os fatores de risco da EN relacionando a um RN internado em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Metodologia: Trata-se de um estudo com abordagem do tipo estudo de caso, realizado em um hospital-ensino durante a disciplina de Clínica Pediátrica do Curso de Graduação em Enfermagem. A coleta de dados foi realizada por meio da assistência ao RN na UTI, as buscas bibliográficas, para complementação do caso, foram realizadas nas bases de dados Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde. Como critério de inclusão, optou-se por artigos científicos em língua portuguesa, com ano de publicação igual ou superior a 2016, culminando em 5 artigos selecionados. Resultados: RN, 7 de vida, pré-termo (34 semanas), rupreme, bolsa rota por cerca de 20 horas, parto cesáreo, pesando 1640kg. Diagnóstico de EN e sepse precoce. Mantém acesso venoso central, infundindo nutrição parenteral total, sonda nasoenteral fechada, em NPO mantendo esquema profilático de antibioticoterapia. Discussão: Os RNs pré-termo estão mais propensos a terem implicações no desenvolvimento, sendo que a prematuridade e suas complicações são responsáveis por cerca de 18% dos óbitos no mundo em 2016. A EN é um das complicações mais comuns em RNs prematuros, ocorre geralmente entre o 1-3 dia de vida em neonatos com baixo peso (< 2,500kg), mas em grande parte neonatos com <1,500kg são os mais afetados. Não existe um fator específico para o desenvolvimento da EN, mas foram elencados fatores de risco pré-natais, sendo eles: deslocamento de placenta, nascimento por cesariana, restrição de crescimento intra-uterino, ruptura prematura de membranas. Fatores neonatais também foram apontados: prematuridade, gemelaridade, proliferação de bactéria patogênica, baixo peso ao nascer, introdução precoce de fórmula (leite em pó não-humano). A EN consiste na inflamação e liberação de vários mediadores inflamatórios que comprometem os RNs, podendo vir a ficar vários dias em jejum. Em Classificação Grau III, existe a necessidade de intervenção cirúrgica se ocorrer perfuração intestinal. Tendo o instestino perfurado, o RN agrava devido à presença de pneumoperitônio. Em 2018 foi realizada uma pesquisa sobre os fatores de risco, e o principal fator evidenciado foi a prematuridade associada ao baixo peso (57,1%), a sepse precoce/tardia também teve evidência nessa pesquisa (42,9%), o que evidencia três fatores de risco para o surgimento da síndrome no paciente do presente estudo de caso. Considerações finais: A etiologia da EN ainda é obscura, o que implica ainda mais nos estudos referentes aos fatores de risco para desenvolvimento da mesma. Tendo em vista as demais complicações que podem surgir devido a EN, é necessário aprofundar o conhecimento da temática, ainda mais que a forma de prevenção não é clara; sendo o início da administração de dieta enteral precoce, como o aleitamento materno exclusivo, adoção de medidas profiláticas, antibioticoterapia e dieta parenteral os meios disponíveis para evitá-la. 

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ISSN 2764-2135