ÁREA DE GORDURA VISCERAL E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL EM MULHERES ADULTAS
Resumo
O excesso de peso é um problema de saúde pública, afetando todos os grupos etários. O modo como a gordura abdominal se distribui é evidentemente influenciado pelo sexo, em média, a quantidade de gordura abdominal acumulada no homem é o dobro quando comparada à mulher antes da menopausa. A menopausa leva ao decréscimo na produção de estrogênio e seus respectivos receptores, permitindo um maior acúmulo de gordura visceral. Assim, avaliar a distribuição de gordura corporal em mulheres na pós-menopausa, permite identificar excesso de gordura visceral. A mensuração da área de gordura visceral (AGV) permite evidenciar os níveis dessa adiposidade acumulada, fator associado ao aumento do risco cardiovascular e, consequentemente, à síndrome metabólica, a diabetes tipo II e à resistência à insulina. Relacionar a AGV com o índice de massa corporal em mulheres adultas. Estudo transversal, com 33 mulheres, entre 18 e 74 anos de idade, do projeto ?Triagem de fatores de risco relacionados ao excesso de peso em trabalhadores da agroindústria usando novas tecnologias analíticas e de informação em saúde ? fase III?. Dados sociodemográficos e de estilo de vida foram coletados com a utilização de questionário validado. O IMC foi obtido por meio do cálculo da razão entre o Peso Corporal (kg)/Altura ([m]2. A AGV foi avaliada utilizando o aparelho de bioimpedância analisador octopolar (InBody 720; Biospace, Seoul, Coreia do Sul). A coleta foi precedida das seguintes orientações às participantes: não consumir álcool 48 horas antes da avaliação; manter jejum prévio de 12 horas; não realizar exercícios de intensidade moderada a vigorosa nas 12 horas que antecedessem a avaliação; não realizar a avaliação na presença de um estado febril ou de desidratação; ir ao banheiro antes da avaliação; remover objetos metálicos; e usar roupas leves. A análise estatística foi realizada no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, v. 23.0) e constou de análise descritiva e analítica. Os dados foram expressos em média e desvio padrão (variáveis contínuas) e em frequência relativa e absoluta (variáveis categóricas). Para verificar a normalidade dos dados foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk. A comparação das médias foi realizada por meio do teste t de Student para amostras independentes (variáveis com distribuição normal) ou por meio do teste U de Mann-Whitney (variáveis com distribuição não normal). A correlação foi verificada por meio da correlação de Spearman. Para comparação entre dados categóricos foi utilizado o Teste de Qui-quadrado ou Exato de Fischer, considerando p<0,05. A comparação sociodemográfica e de estilo de vida demonstrou que as mulheres com AGV aumentada possuíam maior média de idade (p=0,006). Além disso, há uma maior proporção de mulheres casadas e com AGV aumentada (p=0,047). A comparação média do IMC entre os grupos demonstrou que mulheres com AGV aumentada possuem maior IMC (p<0,001). Os resultados também demonstraram uma maior proporção de mulheres classificadas com sobrepeso ou obesidade com aumento da AGV (p=0,001). Por fim, os resultados do presente estudo demonstraram uma correlação forte e positiva entre o IMC e a AGV (r=0,905). A AGV está positivamente correlacionada com os valores de IMC em mulheres adultas. Além disso, mulheres com níveis aumentados da AGV possuem maiores níveis de IMC, indicando que o IMC pode ser um marcador útil para controle de AGV.
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ISSN 2764-2135