VILLA THEREZA: DAS RAÍZES AOS FRUTOS ? UMA EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO

Carine Josiéle Wendland, Susana Margarita Speroni

Resumo


Apresento uma síntese do Estágio nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, realizado com a turma do 5º ano, de uma escola da rede pública de ensino do município de Vera Cruz/RS, no segundo semestre de 2019, atividade obrigatória para a conclusão do curso de Pedagogia da Universidade de Santa Cruz do Sul ? UNISC. O projeto de estágio teve como proposta de tema o Rio Grande do Sul, sugerido pela professora, já que esse circundava o ano letivo. Sentimos necessidade, então, de iniciar pelas raízes do que hoje chamamos de Rio Grande do Sul. Nesse sentido, considerando que o aluno é atuante no meio em que vive, possui e produz cultura. Então, compreender a história do lugar em que vive é fundamental, visto que esse é capaz de transformá-la a todo momento. O objetivo foi o de explorar os conhecimentos prévios sobre o tema e ampliá-los de modo contextualizado, a partir de uma prática docente acolhedora e inclusiva. Buscando, dessa forma, compreender a história do município a partir dos aspectos físicos, geográficos, históricos e culturais, envolvendo diferentes abordagens construídas a partir dos objetivos específicos, que dizem respeito às áreas do conhecimento. A metodologia do trabalho pautou-se em projetos, em que o professor se encontra no papel de mediador, e, além de tudo, é pesquisador, leitor, escritor e faz educação, proporcionando aos alunos situações de ensino-aprendizagem com momentos de mobilização, construção e síntese, ou seja, da metodologia dialética, proporcionando aos alunos a participação efetiva e ativa na aula. O professor lida, portanto, com um processo criador constante ao qual dá significado ao conhecimento, e vai das possibilidades ao real. Nesse sentido, construímos o projeto com os alunos. A cada dia, raízes desconhecidas da história daquele pequeno município foram sendo redescobertas. Povos não enfatizados nos livros de história, humanos, que tinham outro modo de viver, tiveram sua história e importância resgatada. O fio condutor que nos situou dentro do Rio Grande do Sul foi a água, a partir do Aquífero Guarani. E, assim, aprendizados de conteúdos como frações, verbos, a história do estado, se deram de forma dinâmica a partir de diferentes atividades. Dentre elas, a ida ao museu da cidade, confecção coletiva do jornal da turma - desde a construção da logo até a escrita de notícias - e, com isso, o estudo dos diversos gêneros literários, gincana do conhecimento, confecção de papel reciclado, experiências com diferentes materialidades, tais como café, caneta tinteiro, estudo de diferentes mapas, entre outros. Um dos primeiros desafios foi a grade curricular, a partir da qual havia uma falsa ideia de que se trabalhava com projetos. Muito mais do que a interdisciplinaridade que ainda divide os componentes curriculares, tentamos nos aproximar de uma transdisciplinaridade, próximo do que chamamos de rizoma ? raízes que crescem horizontalmente cruzando-se ? em que há interligação, permitindo diálogo, propiciando encontros e trocas e formando um currículo amplo que propicia múltiplas experiências. Finalmente, viver um estágio é experienciar de forma prática aquilo que foi construído durante anos, faz parte do processo formativo que não se encerra na simples experiência, mas que faz parte da vida. Podemos ser transformados e transformar por essas experiências com outros. Dessa forma, a participação dos alunos, seu entusiasmo e curiosidade nos permite concluir que viver essa experiência foi significativa e rendeu frutos para além do estágio.


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ISSN 2764-2135