CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA DAS GESTANTES COM SÍNDROME DE HELLP

Elisângela Luzia dos Santos, Suzane Beatriz Frantz Krug

Resumo


Introdução: A síndrome de HELLP é uma das complicações obstétricas hipertensivas mais graves, que pode ser fatal à gestante e ao feto. Apresenta-se por meio de sinais e sintomas como, hemolysis=H, elevation of liver enzymes=EL e low platelets count=LP, acomete de 10% a 20% das gestantes hipertensas com proteinúria. Os sintomas são inespecíficos: mal-estar, epigastralgia, náuseas e cefaleia. A HELLP precisa ter diagnóstico laboratorial precoce. Cerca de 70% são diagnosticadas entre 27 e 37 semanas(S) de idade gestacional(IG). O tratamento de melhor escolha varia de acordo com cada quadro clínico, porém o parto geralmente é a melhor escolha após 34S de IG. A assistência de enfermagem à gestante com HELLP deve ser contínua, garantindo o bem-estar materno-fetal. Objetivo: Descrever os cuidados de enfermagem na assistência de gestantes com síndrome de HELLP. Metodologia: Trata-se de um estudo bibliográfico, do tipo revisão narrativa da literatura. A busca dos dados foi realizada entre março e junho de 2020 em livros técnicos, em manuais/guias do Ministério da Saúde do Brasil de 2012, e de órgãos de saúde internacional de 2016 a 2017, além de artigos/protocolos publicados entre 2017-2018 pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Este estudo integra um dos capítulos do referencial teórico do projeto de pesquisa realizado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, do curso de graduação em Enfermagem da UNISC. Principais resultados: A assistência da enfermagem em casos de HELLP requer atenção, conhecimento científico, responsabilidade e agilidade para prestar um atendimento individualizado e integral, que atenda as especificidades da gestante, como avaliar sinais de trabalho de parto (se houver). A via de parto é decidida em cada caso, pois a cesárea não é sempre a melhor via. Gestantes de risco podem convulsionar e correm risco de evoluir rapidamente para HELLP, necessitando de manejo terapêutico com sulfato de magnésio, tendo sempre em ?mãos? o gluconato de cálcio; se for preciso reverter o sulfato, é importante complementar o tratamento com anti-hipertensivos. Nesses casos, é importante manter a paciente em decúbito lateral esquerdo, em local mais escuro, reservado e silencioso; levantar as grades laterais do leito e disponibilizar travesseiros; realizar sondagem vesical de demora e acessos venosos periféricos, quando a paciente estiver estável; avaliar com frequência a diurese; avaliar continuamente sinais vitais materno-fetal; avaliar também reflexos, sinais e sintomas da gestante. Em casos de emergência de HELLP, atuando junto da equipe multiprofissional, as intervenções que devem ser realizadas são: estabilizar a paciente e encaminhá-la de imediato para a sala cirúrgica; avaliar continuamente o bem estar fetal; avaliar com frequência a função renal e hepática através de sinais e sintomas; reforços dos esquemas terapêuticos. Conclusões: É de grande valia para a enfermagem conhecer as condutas nas emergências obstétricas, porém, a maioria dos casos graves podem ser evitados, com diagnóstico precoce resultante de um acompanhamento integral e de qualidade no pré-natal, através de um olhar ampliado dos profissionais de saúde, entre eles, o enfermeiro. Ao oferecer uma assistência ampla à gestante, a mesma fica bem orientada, informando as modificações que ocorrem, tornando-se promotora do autocuidado. Desse modo, o(a) enfermeiro(a) tem o papel imprescindível de orientar sobre a importância de um pré-natal bem realizado.

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ISSN 2764-2135