MÉDIA DE CT EM PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM COVID-19 VIA RT-PCR E CORRELAÇÕES CLÍNICAS
Resumo
Coronavírus 19 (COVID-19) é uma doença causada pelo SARS-CoV-2, sendo a origem e patogênese do vírus ainda pouco elucidada. A detecção do ácido nucleico do vírus tornou uma tecnologia rápida e confiável para a detecção viral, sendo a Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (RT-PCR) considerada padrão ouro para detecção, pois possui alta especificidade e sensibilidade. Contudo, por se tratar de um vírus de RNA, a etapa de transcriptase reversa é de grande importância para a detecção de SARS-CoV-2, pois beneficia os ensaios específicos e qualitativos. Com a detecção precoce, isolamento social e tratamento oportuno, a propagação da doença é reduzida e há um melhor controle da disseminação. Entretanto, para um melhor diagnóstico, a combinação da RT-PCR com as características clínicas se adequa na facilitação do manejo do COVID-19. Com isso, objetivou-se analisar a média de CT do gene E entre os pacientes diagnosticados com COVID-19 e correlacionar com o tempo de sintomas, bem como identificar os fatores de risco associados. As amostras clínicas avaliadas são provenientes de convênios com o TecnoUNISC recebidas no período de 5 de junho de 2020 a 15 de setembro de 2020 e submetidas à extração de RNA manual por beads magnéticas utilizando kit comercial "MagMAX? CORE Nucleic Acid Purification Kit?. Para a RT-PCR, foi utilizado o sistema AGPATH no qual possui os componentes necessários para a etapa de transcrição reversa; já para a amplificação, utilizou-se sondas e primers descritos pelo CDC americano que amplifica especificamente gene alvo do SARS-CoV-2. Foi utilizado o equipamento QuantStudio? 3 (ThermoFischer Scientific) sendo as condições de ciclagem e temperatura: transcrição reversa 45ºC por 10', desnaturação 95ºC por 10', amplificação 95ºC por 15'' e 58ºC por 45'', durante 45 ciclos. A fim de realizar a análise estatística, foi utilizado o software SPSS v. 20, sendo os resultados expressos em números absolutos e percentuais. Ao todo, foram realizados 467 testes de RT-PCR, sendo destes, 74 positivos (15,8%). No que diz respeito ao sexo, 301 (64,4%) pacientes eram do sexo feminino. A média de idade foi de 36,48 (±14,53), com um mínimo de 1 ano e máximo de 97 anos. Quanto o CT, foi obtido uma média de 26,82. Já os dias de sintomas, 223 (47,7%) estavam entre o quinto a oitavo dia de sintomas e 163 (34,9%) entre o primeiro e quarto dia de sintomas. Apenas 4 pacientes eram assintomáticos e estes apresentaram resultado não detectável no RT-PCR. Todos os pacientes com =13 dias de sintomas (22 no total, representando 4,71% dos casos), apresentaram resultado detectável na PCR. Os pacientes com CT mais tardio (36,3-38,4) estavam entre 4 e 7 dias de sintomas; o período mais longo de sintomas foi de 40 dias, sendo este com CT de 23,6. Entre os casos positivos, 17 (23%) apresentavam outras morbidades, sendo as mais prevalentes: hipertensão (23,3%), doença cardíaca (11,7%), asma (11,7%), obesidade (11,7%), diabetes (11,7%), rinite (11,7%), sinusite (11,7%). Considerando a COVID-19 como uma doença nova, serão necessários mais estudos que correlacionem a média de CT com o tempo de sintomas, visto que na literatura a detecção do conteúdo viral a partir do 14ª dia de sintomas já se torna indetectável na maioria dos casos. Tendo em vista que muitos pacientes obtiveram resultado positivo mesmo após 14 dias de sintomas, sugere-se o acompanhamento clínico e repetição do teste a fim de descartar falsos positivos.
Apontamentos
- Não há apontamentos.
ISSN 2764-2135