A LEITURA E SEUS MÚLTIPLOS SIGNIFICADOS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

Larissa Pacheco dos Santos, Larissa Tirelli de Araújo, Carla Lavínia Pacheco da Rosa

Resumo


O estágio curricular nos Anos Iniciais, possibilitou aprendizagens e conhecimentos que foram construídos durante a prática docente em decorrência da observação e registro da relação das crianças com as situações de leitura realizadas durante o processo alfabetização. Nossas leituras, conversas e discussões, permitiram-nos rever as práticas cotidianas e criar novas formas de planejar as atividades de leitura. Neste resumo, apresentamos uma reflexão a respeito da importância das experiências contextualizadas e diversificadas de leitura no processo de alfabetização. Nosso convívio com as crianças permitiu que refletíssemos sobre como elas interagiam com os livros e que tipos de leitura faziam. Percebemos que suas ações estavam mecanizadas, sem sentido e compreensão. Retiravam livros na biblioteca porque era necessário, mas os guardavam na mochila e só voltavam a encontrá-los no dia da troca/devolução. Portanto, apesar de terem materiais disponíveis, eles não eram explorados, não eram utilizados da sua melhor forma. A partir disso, resolvemos pensar e propor novas ações para a turma, com o intuito de trazer significado e movimento para o quê estavam realizando na escola. Dessa forma, organizamos contações de história, quando apresentamos livros novos para as crianças e criamos momentos aconchegantes e acolhedores, mas também desafiadores. Realizamos, ações que buscavam tornar a leitura uma atividade mais importante e construtiva, com mais significado. Semanalmente, as crianças se organizavam em pequenos grupos e contavam aos colegas a respeito das leituras que haviam realizado em casa. Essa ação foi transformadora, envolveu a todas de uma forma que não imaginávamos e trouxe um novo sentido para os períodos de leitura. Elas começaram a ler os livros que levavam para casa, pois queriam compartilhá-los com os colegas. Na sequência, construímos um quadro com indicações de leituras, onde as crianças podiam indicar, em pequenas fichas, dados como nome do livro, nome do autor, editora, de livros que haviam gostado e que talvez viessem a interessar algum colega ou as professoras que atuavam na turma. Além disso, desenvolvemos uma ação mais específica, que foi a construção coletiva de um livro da turma. No decorrer da escrita do nosso livro, houve o interesse e o envolvimento de todas as crianças. Essa atitude foi se repetindo durante todo o período de criação e escrita ao longo do estágio. Percebemos também, que nosso tempo junto com as crianças tornou cada uma delas mais comunicativas e participativas, passaram a expressar suas ideias e sentimentos. Nos momentos de roda e, além dele, as crianças passaram a falar sobre o que gostavam e sobre o que não gostavam, davam suas opiniões e dialogavam a respeito dos mais diferentes assuntos. Foi gratificante, chegar ao final do estágio e poder perceber a diferente relação que cada criança passou a estabelecer com os livros, com o mundo da leitura e, consequentemente, com o seu processo de aprendizagem, que resultou na qualificação do processo de alfabetização e relação com os múltiplos significados das palavras e textos que compartilhamos no semestre. Temos a considerar que foi possível ressignificar as experiências de leitura; construir, com as crianças, novos hábitos e que tudo isso contribuiu para uma aprendizagem de forma mais participativa. Refletir sobre a prática docente é um momento fundamental para qualificar as ações pedagógicas que nos constituem e transformam.

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ISSN 2764-2135