TECNOLOGIA E ATIVIDADE FÍSICA ADAPTADA: UMA COMBINAÇÃO PERFEITA PARA O DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO ESPECTRO AUTISTA/ TEA.
Resumo
Na Universidade de Santa Cruz do Sul, há vários projetos de pesquisa, entre esses, fiz parte do Grupo de Ações e Investigações Autopoiéticas (GAIA), um grupo de pesquisa fundado em 2002 cujo enfoque parte do pressuposto da teoria da complexidade e da autopoieses. Na sua diversa gama de projetos de pesquisa, o grupo possui como projeto vinculado: ?Na ponta dos dedos: o iPad como instrumento complexo de cognição/subjetivação?. Esse busca estudar a complexificação de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista, através do acoplamento dos sujeitos com o ambiente e com tecnologias touchscreen, o qual perturba estados afetivos e cognitivos pelo meio da integração com vídeos, fotos e jogos desafiadores. As sessões eram realizadas na Sala dos Espelhos do Serviço Integrado de Saúde (SIS), com atendimentos semanais de três crianças diagnosticadas com TEA. Os atendimentos contavam com a linha de frente que comandava as sessões e os observadores que realizavam diários de bordo com suas análises. Dessa forma, pesquisadores observavam e vivenciavam o sujeito/máquina, sujeito/ambiente e sujeito/evolução. Assim, reafirmamos o conceito de Ontoepistemogênese. Através do GAIA, e por meio desta pesquisa, faço a mediação com um segundo projeto de atividade física adaptada para autista. O projeto busca estimular seus alunos a descobrir e a explorar diferentes formas de poder usar a imaginação para criar, brincar e se expressar. Tudo isso por intermédio da ludicidade e de desafios psicomotores e sócio afetivos relacionais, contando com o desenvolvimento neuro-psico-cognitivo-motor. Esse projeto vem sendo trabalhado desde 2014 e atende a crianças/adolescentes com diagnósticos de autismo, dos municípios do Vale do Rio Pardo. Fazendo uma mediação do projeto GAIA e observando maneiras diferentes que a tecnologia pode ser uma ferramenta de desenvolvimento da mesma forma lúdica e divertida. Iniciei como suporte ao projeto de atividades físicas adaptada, sessões de tecnologia usando o aparelho Xbox e o Kinect com jogos alternativos ex: boliche, prancha e just dance. O Transtorno do Espectro Autista é considerado um transtorno do neurodesenvolvimento infantil, caracterizado por dificuldades na comunicação, interação social, comportamentos repetitivos, agressivos e interesses restritos, podendo apresentar, também, sensibilidades sensoriais, como hipersensibilidade. O objetivo de usar essa nova ferramenta, o Xbox, é o de mesclar a tecnologia e a atividade física. Assim, reforçamos o desenvolvimento psicomotor, promovendo habilidades motoras, como coordenação, percepções sinestésicas, socialização, afetividade, autonomia, controle corporal e estabelecer laços de comunicação com os espaços, os objetos e o seu corpo. A partir disso, conclui-se que os projetos vêm consolidando em seus resultados a ideia de que não se pode considerar o indivíduo como um elemento passivo, mas, sim, parte integra e ativa, em que a sua subjetividade e a interação com a tecnologia se torna parte essencial no avanço do seu desenvolvimento. Assim, tornou-se ainda mais possível fazer parte do processo de evolução de cada indivíduo através de uma ferramenta tecnológica, proporcionando diversão e uma vida social e familiar melhor.
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ISSN 2764-2135