DESENVOLVIMENTO DE UM BIOPOLÍMERO A BASE DE QUITOSANA E ÓLEO ESSENCIAL DE EUGENIA CARYOPHYLLUS PARA APLICAÇÃO EM CURATIVOS HOSPITALARES

Ábaly Tumany Castro da Silva, Thaís Faller Petry, Betina Brixner, Janice Botelho Souza Hamm, Liliane Damaris Pollo, Jane Dagmar Pollo Renner, Vanessa Caroline Hermes, Chana de Medeiros da Silva

Resumo


Introdução: Na medicina, alternativas têm sido investigadas para minimizar o impacto ambiental dos resíduos gerados na área de saúde, tal como a substituição de polímeros convencionais por polímeros biodegradáveis em curativos hospitalares. A quitosana é um polímero natural, biodegradável, com propriedades antimicrobiana, analgésica e cicatrizante. Pode ser facilmente processada na forma de filmes, géis, nanopartículas e outros. Outro composto natural promissor é o óleo essencial de cravo-da-índia (Eugenia caryophyllus), o qual apresenta propriedades antimicrobiana, analgésica, anti-inflamatória e antioxidante, sendo muito utilizado como um tratamento oral contra doenças infecciosas. Objetivo: desenvolver um biopolímero à base de quitosana e óleo essencial de cravo-da-índia para aplicação em curativos hospitalares. Metodologia: para o desenvolvimento do filme, soluções foram preparadas utilizando 1,5 e 1,75 g de quitosana em 100 mL de solução de ácido acético (1% v/v), deixando sob agitação por 24 h. Após, foi adicionado glicerol (0,5% v/v) e Tween 80 (0,5% v/v), seguido de 30 min. de agitação. A esta solução foi adicionada quantidades de 2,0% (v/v) de óleo essencial de cravo-da-índia (WNF®; lote 03053/20), extraído das folhas, deixando sob agitação por 45 minutos. As amostras foram divididas da seguinte maneira: (1) quitosana pura, (2) quitosana + Tween 80; (3) quitosana + óleo essencial. As soluções foram espalhadas em placas de Petry (15 g) e submetidas à secagem em estufa (35°C por 72 h) com circulação de ar forçada. Depois de secos, os filmes passaram por uma análise visual e tátil para verificar a sua homogeneidade, coloração e textura. Após, a amostra de quitosana pura foi caracterizada por espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier (Perkin Elmer®, modelo Spectrum 400) no modo ATR. Resultados: os filmes produzidos com quitosana eram transparentes e apresentaram textura plastificada, sendo que a formulação contendo 1,75 % de quitosana apresentou maior resistência quando tensionada manualmente. Com a adição do tensoativo, os filmes ficaram mais maleáveis/flexíveis e suaves ao toque. Os filmes contendo quitosana/tensoativo/óleo essencial de cravo-da-índia, adquiriram uma textura áspera, com um odor característico do óleo essencial e continuaram transparentes. Referente a análise do infravermelho, observou-se agrupamento de quitosana OH- na faixa 3400-3200cm-1, NH2- na faixa 3400-3200 cm-1, CH- na faixa 2920-2800cm-1, C-O-C - na faixa 1150-1130cm-1 e NH2- na faixa 1590-1550 cm-1. Conclusão: foi possível desenvolver biopolímeros com duas concentrações diferentes de quitosana associadas ao óleo essencial de cravo-da-índia. Como perspectivas futuras, tem-se o ajuste da concentração do óleo essencial para minimizar o aspecto áspero da membrana desenvolvida, a caracterização das membranas associadas ao óleo essencial e testar a atividade antimicrobiana.

Apoio: O presente trabalho foi realizado com apoio da CAPES - Código de Financiamento 001.



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ISSN 2764-2135