AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE MEDICAMENTOS HIPOLIPÊMICOS DISPENSADOS PELA REDE PÚBLICA DE UM MUNICÍPIO DO SUL DO PAÍS

Jamile Helena Marques, Lisoni Muller Morsch

Resumo


Em decorrência de alimentação inadequada e da ausência da prática de atividades físicas, há aumento da prevalência de doenças cardiovasculares na população brasileira, sendo as dislipidemias importantes fatores de risco para o desenvolvimento dessas doenças. O tratamento compreende o uso de medicamentos como forma de reduzir os níveis plasmáticos de colesterol e triglicerídeos, dentre eles o bezafibrato 200 mg/cp e a sinvastatina 20 mg e 40 mg/cp. Esses medicamentos são distribuídos de forma gratuita pelas farmácias municipais da rede pública, sendo a aquisição realizada pelo poder público e, na maioria das vezes, por meio de licitação, prevalecendo a compra pelo menor valor. Dessa forma, considera-se importante avaliar a qualidade desses medicamentos, verificando se eles atendem aos parâmetros de qualidade exigidos pelo órgão competente, a fim de garantir a eficácia terapêutica e segurança toxicológica. Assim, o presente estudo objetivou a análise desses medicamentos quanto aos parâmetros farmacopeicos quantitativos (doseamento, uniformidade de doses unitárias, teste de dissolução) e qualitativos (peso médio, dureza, friabilidade, desintegração), além de avaliar o perfil farmacoepidemiológico da população usuária dos medicamentos hipolipêmicos. Para tanto, realizou-se um estudo observacional e transversal, permitindo identificar o perfil sociodemográfico, clínico e farmacológico dos pacientes (n=50) através da aplicação de um questionário. Durante a coleta de dados, também foram verificados dois parâmetros fisiológicos, a pressão arterial e a glicemia capilar desses pacientes. Os dados provenientes dos questionários foram tabulados em planilhas do Excel®; determinou-se a média e desvio padrão, sendo a diferença entre as variáveis comparada utilizando o teste t de Student, considerando valor de p<0,05. Os medicamentos foram analisados, até o momento, quanto ao peso médio, dureza, friabilidade e desintegração. Todos os medicamentos encontraram-se de acordo com as especificações definidas em monografia farmacopeica nessas determinações. Em relação ao perfil farmacoepidemiológico dos entrevistados (n=50), nota-se que a maioria são idosos, em uso de polifarmácia, além de possuírem outras comorbidades associadas, como hipertensão. Diante do exposto, conclui-se que há necessidade de avaliar a qualidade dos medicamentos dispensados a população, tendo em vista que a ausência desse requisito pode causar sérios transtornos no tratamento medicamentoso da população, não sendo garantidos eficácia e segurança dos medicamentos. Além disso, a identificação do perfil farmacoepidemiológico dos pacientes que fazem uso da medicação permite a adoção de medidas de promoção e educação em saúde, para garantir que o tratamento esteja sendo feito de forma adequada e correta, tendo em vista as interações medicamentosas que podem ocorrer com o uso concomitante de mais fármacos. Com isso, pode-se planejar ações com os pacientes que fazem uso da medicação e com médicos prescritores, visando contribuir para a eficácia terapêutica e, consequentemente, a melhora da qualidade de vida dos pacientes acometidos por essa patologia.


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ISSN 2764-2135