FATORES DE RISCOS PARA OSTEORRADIONECROSE DE MAXILARES ? REVISÃO DE LITERATURA

Amanda Olga Müller, Heloisa Souza Pinto, Cristian Raul Froemming, Wesley Misael Krabbe, Isabella De Miranda Brandalise, Karoline Kniphoff dos Santos, Michele Altermann Platen, Leo Kraether Neto

Resumo


Introdução: A osteorradionecrose é uma consequência secundária causada pelo tratamento radioterápico. É uma patologia que consiste na diminuição da luz dos vasos sanguíneos, causando acidente hipovascular e processo fibroatrófico do osso, acarretando a osteonecrose. Os fatores de risco relacionados a patologia são diversos, dentre eles podemos citar fatores relacionados ao paciente (sexo, idade, tabagismo, etilismo, extrações dentárias, uso de medicamentos e higiene oral) e ao tratamento (tempo de exposição a radioterapia, dosagem da radiação ionizante, volume de osso exposto a radiação e modalidade técnica empregada). Objetivo: O objetivo desta revisão de literatura é evidenciar os principais fatores de riscos associados ao surgimento da osteorradionecrose de maxilares, a fim de se diagnosticar precocemente a patologia e preveni-la anteriormente ao seu surgimento. Metodologia: O presente estudo é do tipo revisão de literatura. A revisão foi realizada através de artigos atuais sobre o assunto, dos anos de 2015 a 2020, incluindo também alguns artigos de anos anteriores, quando relevantes. A pesquisa bibliográfica foi realizada nas bases de dados do PubMed e Scielo. Resultados: A literatura demonstrou que os fatores de risco mais associados aos pacientes são o tabagismo, etilismo e extrações dentárias. O fumo do tabaco é um fator de risco significante pois contém mais de 70 substâncias nocivas ao organismo, os quais produzem radicais livres e oxidantes, promovendo a morte celular. O etilismo de forma isolada não promove a necrose óssea após a radioterapia, no entanto, ele confere uma maior permeabilidade da mucosa oral e contribuiu para a entrada de substâncias danosas do cigarro para o organismo. As extrações dentárias são regularmente indicadas pré-radioterapia como forma de prevenção a osteorradionecrose, porém demandam um tempo de cura para que os tecidos possam se regenerar de forma adequada. Estudos sugerem que pacientes que fazem extrações prévias a radioterapia têm chances maiores de desenvolverem osteorradionecrose em maxilares. Dos fatores relacionados ao tratamento, a dosimetria e modalidade da radioterapia estão mais relacionadas com a necrose óssea. Logo após a radioterapia, os tecidos ficam mais susceptíveis a desenvolverem a patologia, precisando assim de um maior tempo para sua cicatrização completa. Altas doses de raios ionizantes (< 55 Gy) podem acarretar necrose no tecido ósseo, pois os tecidos duros são incapazes de acompanhar a renovação das células. O tipo de técnica empregada na radioterapia também tem influência sobre a osterorradionecrose. Técnicas mais modernas como a Radioterapia de Intensidade Modulada conferem mais segurança e menores índices de osteorradionecrose quando comparadas às técnicas radioterapicas de modalidade 2D e 3D. Conclusão: A literatura demonstrou os principais fatores de risco relacionados a osteorradionecrose. Tendo em vista que a cessação de hábitos nocivos, como tabagismo e etilismo, assim como cuidados paliativos em relação ao tempo de extrações dentárias prévias à radioterapia e à dosimetria e modalidade, pode-se prevenir a patologia, promovendo melhor qualidade de vida ao paciente.


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ISSN 2764-2135