FATORES DE RISCOS PARA OSTEORRADIONECROSE DE MAXILARES ? REVISÃO DE LITERATURA
Resumo
Introdução: A osteorradionecrose é uma consequência secundária causada pelo tratamento radioterápico. É uma patologia que consiste na diminuição da luz dos vasos sanguíneos, causando acidente hipovascular e processo fibroatrófico do osso, acarretando a osteonecrose. Os fatores de risco relacionados a patologia são diversos, dentre eles podemos citar fatores relacionados ao paciente (sexo, idade, tabagismo, etilismo, extrações dentárias, uso de medicamentos e higiene oral) e ao tratamento (tempo de exposição a radioterapia, dosagem da radiação ionizante, volume de osso exposto a radiação e modalidade técnica empregada). Objetivo: O objetivo desta revisão de literatura é evidenciar os principais fatores de riscos associados ao surgimento da osteorradionecrose de maxilares, a fim de se diagnosticar precocemente a patologia e preveni-la anteriormente ao seu surgimento. Metodologia: O presente estudo é do tipo revisão de literatura. A revisão foi realizada através de artigos atuais sobre o assunto, dos anos de 2015 a 2020, incluindo também alguns artigos de anos anteriores, quando relevantes. A pesquisa bibliográfica foi realizada nas bases de dados do PubMed e Scielo. Resultados: A literatura demonstrou que os fatores de risco mais associados aos pacientes são o tabagismo, etilismo e extrações dentárias. O fumo do tabaco é um fator de risco significante pois contém mais de 70 substâncias nocivas ao organismo, os quais produzem radicais livres e oxidantes, promovendo a morte celular. O etilismo de forma isolada não promove a necrose óssea após a radioterapia, no entanto, ele confere uma maior permeabilidade da mucosa oral e contribuiu para a entrada de substâncias danosas do cigarro para o organismo. As extrações dentárias são regularmente indicadas pré-radioterapia como forma de prevenção a osteorradionecrose, porém demandam um tempo de cura para que os tecidos possam se regenerar de forma adequada. Estudos sugerem que pacientes que fazem extrações prévias a radioterapia têm chances maiores de desenvolverem osteorradionecrose em maxilares. Dos fatores relacionados ao tratamento, a dosimetria e modalidade da radioterapia estão mais relacionadas com a necrose óssea. Logo após a radioterapia, os tecidos ficam mais susceptíveis a desenvolverem a patologia, precisando assim de um maior tempo para sua cicatrização completa. Altas doses de raios ionizantes (< 55 Gy) podem acarretar necrose no tecido ósseo, pois os tecidos duros são incapazes de acompanhar a renovação das células. O tipo de técnica empregada na radioterapia também tem influência sobre a osterorradionecrose. Técnicas mais modernas como a Radioterapia de Intensidade Modulada conferem mais segurança e menores índices de osteorradionecrose quando comparadas às técnicas radioterapicas de modalidade 2D e 3D. Conclusão: A literatura demonstrou os principais fatores de risco relacionados a osteorradionecrose. Tendo em vista que a cessação de hábitos nocivos, como tabagismo e etilismo, assim como cuidados paliativos em relação ao tempo de extrações dentárias prévias à radioterapia e à dosimetria e modalidade, pode-se prevenir a patologia, promovendo melhor qualidade de vida ao paciente.
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ISSN 2764-2135