DESLOCAMENTOS PENDULARES PARA TRABALHO POR SETOR NO RIO GRANDE DO SUL: A CENTRALIDADE DAS CIDADES MÉDIAS NAS REDES URBANAS REGIONAIS EM REGIÕES SELECIONADAS
Resumo
A sistemática das interações entre núcleos urbanos pode ser analisada, embora produza uma análise parcial, através da dinâmica populacional. Para isso, é relevante considerar a estrutura econômica da rede urbana, compreendendo como se apresenta a distribuição territorial de estabelecimentos por setor da economia e por faixa de colaboradores. Uma vez que essas interações são intensificadas através do deslocamento pendular para trabalho. Desse modo, objetivo é analisar as interações, relativas ao emprego, presentes na malha urbana da Região Funcional de Planejamento II (RFPII). Comparando com os fluxos identificados na RFPVIII. O trabalho está vinculado à pesquisa “Policentrismo e Desenvolvimento Regional no Rio Grande do Sul: Uma análise do papel das cidades médias e da rede urbana nos processos de coesão e desenvolvimento territorial”, desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa e Estudos Urbanos e Regionais – GEPEUR, do PPGDR-UNISC. Inicialmente, a metodologia envolveu a revisão bibliográfica dos conceitos acerca de cidade média, rede urbana e policentrismo. Em seguida, levantou-se junto ao IBGE, dados inerentes à demografia e aos deslocamentos pendulares. Após, organizou-se dados quantitativos acerca de estabelecimentos conforme setor e conforme faixa de empregados junto à RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) em 2010. Por fim, realizou-se o mapeamento temático das informações, com a utilização do software livre QGIS. Os índices referentes à RFPII, ilustram a centralidade de duas cidades na região: as cidades médias de Lajeado e de Santa Cruz do Sul. Polarizando no território, ofertas de empregos e serviços, atraindo, organizando e redirecionando fluxos diários. Ao passo que na RFPVIII, a cidade média de Santa Maria atua nesse sentido. Ao interpretar os dados, nota-se que Lajeado e Santa Cruz do Sul apresentaram um crescimento intenso da população urbana em dez anos, respectivamente, 1,69% e 1,15%, evidenciando a atratividade de suas economias urbanas. Enquanto que o núcleo urbano de Santa Maria apresentou 0,74%, sendo que o conjunto dos demais munícipios de sua região, apresentaram números negativos (-8,09%). No que se refere aos deslocamentos pendulares para trabalho da população economicamente ativa (PEA), percebe-se intensos fluxos monodirecionais com destino às cidades médias, advindos principalmente de núcleos urbanos existentes em suas regiões, e valores pouco expressivos inerentes às demais conexões intrarregionais. Em ambas as regiões funcionais. A Região dos Vales apresenta intensos fluxos populacionais para trabalho no setor da indústria da transformação (mais de 41%), por conta da base da economia dessa rede urbana – ser a produção do tabaco e processamento da carne. Ao passo que Santa Maria atrai a população que trabalha na administração pública e no comércio. Além disso, destaca-se o predomínio de estabelecimentos do setor terciário, e a quantidade expressiva de estabelecimentos que possuem de 1 a 4 funcionários, em ambas as regiões. Ademais, ressalta-se a acessibilidade desses aglomerados urbanos, localizados às margens de rodovias federais. Posto isso, é inegável o papel de destaque dessas cidades médias, reafirmando sua influência e centralidade em suas redes urbanas regionais.
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ISSN 2764-2135