PRÓ-SAÚDE NA FEIRA DE SAÚDE EM VALE VERDE: MARCADORES CARDIOVASCULARES E ESTADO NUTRICIONAL

Mariana Soares Preto, Náthalie da Costa, Patrícia Oliveira Roveda, Flávia Regio

Resumo


O Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) passou por um longo período de atividades remotas diante da necessidade de medidas de distanciamento social em virtude da pandemia da Covid-19. Contudo, em julho de 2021 professores e bolsistas participaram de forma presencial da “Cuidar-se: I Feira de Prevenção à Saúde” do Município de Vale Verde/RS. Assim, este formato de evento é muito importante na medida em que propõe ações de prevenção e promoção de saúde na comunidade. O presente estudo tem por objetivo apresentar e correlacionar marcadores cardiovasculares com o estado nutricional do público atendido em uma feira de saúde. Trata-se de um relato de experiência em feira de saúde com dados quantitativos coletados no atendimento à comunidade por meio do projeto de extensão universitária Pró-Saúde. Como instrumentos de coleta para avaliar a frequência cardíaca (FC), circunferência da cintura (CC), circunferência de quadril (CQ), a altura e o peso dos participantes foi utilizado, respectivamente, oxímetro multilaser, fita métrica, estadiômetro portátil e balança digital. Os dados foram calculados e informados aos indivíduos imediatamente. Dessa forma, o índice de massa corporal (IMC), reconhecido como padrão internacional para avaliar o grau de sobrepeso e obesidade, é calculado dividindo o peso (Kg) pela altura ao quadrado (metros). Para a relação cintura-quadril foi dividido o valor da CC pelo CQ, ambos em cm. Para análise dos dados se utilizou o programa Spss versão 25.0 e as variáveis categóricas estão expressas em frequência e número absoluto, as variáveis numéricas estão expressas em mediana e quartis. Foram coletadas informações de 40 pessoas, sendo 82,5% do sexo feminino, com média de idade de 51,5 anos, entretanto, 52,5% tinham mais que 50 anos. Em relação ao estado nutricional dos participantes, o IMC de 47,5% deles indicou sobrepeso e 27,5% obesidade. Os marcadores cardiovasculares mostraram que 35% apresentaram CC com risco de doença cardiovascular e 32,5% apresentaram uma RCQ com alto risco. Porém, 21% estavam normocardios. A partir destes resultados, 27,5% classificaram-se com taquicardia leve e 32,5% com risco de doença cardiovascular quanto a CC, em relação aos indivíduos com excesso de peso. Na RCQ, 17,5% das pessoas com sobrepeso apresentaram alto risco de doença cardiovascular, enquanto os indivíduos com obesidade apresentaram 7,5% risco moderado e 15% alto risco de doença cardiovascular. Em comparação, 25% do grupo apresentou peso saudável, 2,5% deles com risco de doença cardiovascular na CC, 7,5% com risco moderado na RCQ, enquanto nenhum participante de peso saudável apresentou alto risco de doença cardiovascular na RCQ e taquicardia moderada. O estado nutricional interfere para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, por isso, ações como esta são importantes para alertar a rede de saúde local sobre possíveis riscos à saúde da população junto com orientações necessárias para a diminuição dos mesmos. Além de reforçar o papel comunitário da UNISC cuja visão envolve a contribuição ao desenvolvimento e a transformação do contexto social em que se está inserida, assim como, propicia uma formação acadêmica mais responsável quanto ao papel do profissional da saúde na promoção e prevenção em saúde.

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ISSN 2764-2135