ESTILO DE VIDA EM ATLETAS DE FUTSAL: UM ESTUDO ENFOCANDO TRÊS ANOS DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL

Carlos Alberto Schneider, Letícia De Moura Guterres, Miriam Beatris Reckziegel, Hildegard Hedwig Pohl

Resumo


O estilo de vida está diretamente relacionado à saúde, frequentemente novos estudos têm demonstrado a influencia dos bons hábitos sobre doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). A pratica ou não de atividades físicas, assim como um controle saudável na alimentação, consumo de álcool e tabagismo, são alguns dos fatores que afetam a saúde do ser humano. O controle e cuidado deve ser maior quando se trata de atletas de alto nível, devido ao estresse causado pela pressão e competitividade, pois buscam acima de tudo o desempenho. Nesse contexto, o estudo teve como objetivo analisar o perfil de estilo de vida de atletas de futsal que atuam em clubes no Rio Grande do Sul. Participaram deste estudo 70 atletas, do sexo masculino, com idade média de 24,74 (DP = 5,98) anos, que responderam a um questionário aplicado nas avaliações realizadas no projeto de extensão Avaliação Funcional para a Comunidade, nos anos de 2018, 2019 e 2020. O questionário abordava, entre outras questões, as relacionadas ao trabalho, histórico esportivo, médico e nutricional. Os dados coletados foram digitados no software SPSS (v, 23.0) e analisados por meio de estatística descritiva de frequência. Os resultados mostraram que em sua maioria os atletas de futsal trabalham menos de 8 horas por dia, porém com grande nível de esforço físico, fato esse relacionado ao histórico esportivo, pela prática diária de exercícios físicos em, no mínimo, quatro vezes na semana. Estes se consideram acima ou no mesmo nível de condicionamento físico que pessoas da mesma idade e sexo, afirmando a importância dos exercícios físicos na melhora da saúde. No que se refere ao histórico médico, apenas um participante descreveu seu estado de saúde atual como ruim, enquanto a maioria (66) acredita estar bom ou muito bom, dormem em média 6 a 8 horas por dia e 8 participantes relataram ter insônia. Nos últimos 12 meses 46 atletas têm mantido o peso estabilizado, nenhum tem o hábito de fumar, 4 participantes relataram ter diabetes, problemas circulatórios ou doenças cardíacas. Em relação ao histórico nutricional, 38 fazem mais de 4 refeições por dia, 58 consomem bebida alcoólica menos de 3 vezes por mês. Os resultados apontam que os atletas avaliados apresentam um estilo de vida saudável, com tempo de sono e atividades físicas adequadas, e mesmo compreendendo que o exercício físico faz parte da sua profissão, relatam saber da importância do mesmo para a saúde, assim como o baixo consumo de álcool e do tabagismo. Vale ressaltar que com a baixa média de idade dos atletas avaliados, acredita-se que esse perfil seja traçado e incentivado no meio esportivo desde as categorias de base, tornando-se parte da consciência do atleta. O nível de estresse e ansiedade demonstrado foi abaixo do esperado, principalmente considerando a associação da pressão e competitividade inerente ao esporte de alto nível. Sugere-se que a partir de alguns parâmetros identificados nesse estudo se realize uma comparação dos efeitos da pandemia do COVID-19 no estilo de vida dos atletas de futsal, impostos pela redução da prática de treinamentos e jogos e demais variáveis associadas.


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ISSN 2764-2135