O IMPACTO DA PANDEMIA NA ROTINA DO SETOR DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DO HVU-UFSM
Resumo
No fim de 2019, no distrito de Wuhan, na China, foi identificada uma nova cepa do coronavírus, o SARS-COV-2, ou Covid-19, que rapidamente se espalhou por todo o mundo se tornando uma pandemia. Dentre as drásticas medidas de isolamento que foram necessárias para frear o avanço do vírus, em 16 de março de 2020 a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) declarou a suspensão de todas as atividades acadêmicas e administrativas presenciais. A partir da mesma data, o Hospital Veterinário Universitário (HVU-UFSM) passou a atender somente os casos de emergência e urgência, suspendendo a marcação de consultas, exames de rotina e cirurgias eletivas. O Setor de Diagnóstico por Imagem do HVU-UFSM conta com dois aparelhos de raio-x e um de ultrassonografia. A equipe é formada por quatro residentes, dois professores, dois veterinários concursados, dois técnicos em radiologia e estagiários. Durante a pandemia, os estagiários foram dispensados e os demais passaram a trabalhar em escala, a fim de evitar aglomeração e consequente disseminação do vírus. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é quantificar o impacto causado pela pandemia na rotina do setor. Os dados utilizados foram obtidos dos próprios registros do setor, armazenados na plataforma Animati, realizando-se a organização e comparação dos dados de 2020 com o ano anterior. Em 2019, foram registrados 2086 exames de ultrassom, enquanto no ano seguinte esses números caíram para 1506. Quanto aos exames de raio-x, foram registrados 1506 no primeiro ano e 1440 no segundo. De maneira geral, houve uma queda de 27,80% e 35,66% nos exames de ultrassom e raio-x, respectivamente. Ao levar em consideração apenas o período de 16 de março a 31 de dezembro, de ambos os anos, pode-se obter dados mais fidedignos para comparação, visto que dessa forma se considera apenas o período em que houveram as medidas de isolamento. Dessa forma, observou-se a queda de 38,55% nos exames de ultrassom e 41,79% dos de raio-x. A maior discrepância foi no início da pandemia, em abril, com uma redução de 64,61% de exames de ultrassom e 70,53% de raio-x. Através dos dados apresentados, conclui-se que houve uma queda abrupta no atendimento do Setor de Diagnóstico por Imagem do HVU-UFSM a partir do fim de março de 2020, causada pelas medidas de controle do SARS-COV-2. Vale ressaltar que o ultrassom e raio-x são considerados exames não invasivos que permitem a avaliação da integridade e arquitetura dos órgãos, bem como a identificação da presença de corpo estranho, ar ou líquido livre, sendo bastante utilizados também em casos de urgência e emergência, o que justifica seu uso mesmo com as restrições aplicadas.
Apontamentos
- Não há apontamentos.
ISSN 2764-2135