IMPLANTAÇÃO DA CRIAÇÃO DOS BESOUROS TENEBRIO MOLITOR E ZOPHOBAS MORIO (COLEPTERA: TENEBRIONIDAE) NA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL
Resumo
Implantação da criação dos besouros Tenebrio molitor e Zophobas morio (Coleptera: Tenebrionidae) na Universidade de Santa Cruz do Sul
Existe vasta pesquisa e interesse relacionados a utilização de insetos como fonte principalmente proteica, além da sua utilização para bioconversão ao se alimentarem de resíduos orgânicos. Os besouros Tenebrio molitor e o Zophobas morio (Coleptera: Tenebrionidae) são insetos que se destacam nestes quesitos por apresentarem alto teor de proteína, lipídeos, sais minerais e vitaminas, oferecendo adequado aporte nutricional para espécies animais. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi implantar na Universidade de Santa Cruz do Sul, junto ao Laboratório de Entomologia, a criação de T. molitor e Z. morio, com a intensão de reaproveitar resíduos farináceos para serem fonte de alimentação. As larvas utilizadas para implantar a criação de T. molitor e Z. morio foram oriundas de criadores comerciais. Foram avaliadas as melhores condições de temperatura, umidade e fotoperíodo para criação. A dieta padrão para alimentação larval de T. molitor foi a base de ração de frango inicial e pedaços de vegetais, como fonte de umidade. A criação dos insetos foi acomodada no interior de caixas plásticas, utilizando caixas de ovos (papelão) sobre a dieta, para servir de refúgio. Quando começavam a empupar (3-4 meses) eram deslocados para outro recipiente. Por volta do sétimo dia os besouros emergiam e eram levados para uma gaiola de oviposição. Por fim, o substrato dos adultos, contendo ovos e larvas nos ínstares iniciais, eram retirados e transferidos para uma nova dieta larval de criação, reiniciando o ciclo. No decorrer da implantação da criação de T. molitor, testes com diferentes percentuais de resíduo farináceos foram incorporados na criação. A criação do Z. morio foi muito semelhante, exceto pela dieta utilizada (farelo de trigo). Larvas de último instar foram isoladas em pequenos recipientes com restrição alimentar para se transformar em pupas. Foi avaliada duas fontes de umidade, pedaços de vegetais e fraldas infantis. Observou-se que as melhores condições climáticas para sua multiplicação foram em 28 ± 2º C, 60 ± 10% umidade e pela escotofase. Após 11 meses da implantação, foram produzidas quatro gerações de T. molitor e três gerações de Z. morio, multiplicando o número de indivíduos em criação no laboratório. O número distinto de gerações produzidas por cada espécie é atribuído ao fato que inicialmente não tínhamos a precisão exata do tempo de desenvolvimento larval dos indivíduos que chegaram ao laboratório e, portanto, aguardamos algum tempo para iniciar o processo de empupamento. Além disso, o tempo de desenvolvimento médio de cada espécie é diferente, sendo três meses para T. molitor e quatro para Z. morio.Na criação de T. molitor houve um desenvolvimento satisfatório com proporções a partir de 75% ração de frango inicial e 25% de resíduo farináceo. Em alguns momentos a fonte de umidade para Z. morio promoveu a proliferação de fungos, contaminando o substrato de criação, com isso, a solução encontrada foi a utilização de fraldas infantis com máxima absorção de água. As fraudas também foram utilizadas pelos adultos como local para oviposição e desenvolvimento dos primeiros ínstares. Portanto, a utilização destes insetos como fonte alternativa proteica associado ao aproveitamento dos resíduos de outras criações para sua multiplicação apresentam grande potencial de mercado, além do impacto sócio ambiental positivo.
Apontamentos
- Não há apontamentos.
ISSN 2764-2135