PERFIL CARDIOVASCULAR E DE ATIVIDADE FÍSICA EM TRABALHADORES RURAIS DE DIFERENTES NÍVEIS SOCIOECONÔMICOS
Resumo
Introdução: A saúde dos trabalhadores rurais pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo questões sociais e econômicas. Desta forma, essas apresentam relevância no que concerne à saúde desta população, uma vez que pode haver associação da classe socioeconômica com valores cardiovasculares e fisiológicos, como a pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) e a frequência cardíaca (FC). Objetivo: descrever o perfil cardiovascular (PAS, PAD e FC) e de atividade física dos trabalhadores rurais em diferentes níveis socioeconômicos. Metodologia: Estudo transversal de caráter descritivo, vinculado ao projeto “Triagem de Fatores de Risco Relacionados à Obesidade, Estilo de Vida, Saúde Cardiometabólica e Doenças Crônicas Não Transmissíveis: impacto da promoção e educação em saúde em trabalhadores rurais e urbanos – Fase IV”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unisc (CAAE: 43252721.1.0000.5343), em que foram avaliados 106 trabalhadores rurais residentes em municípios da microrregião sul do CORED-VRP. A idade média dos trabalhadores foi de 50,3 (± 12.4) anos, sendo 51% do sexo feminino. Os dados da classe social e da pratica de atividade física foram obtidos a partir de questionário de estilo de vida. Já as variáveis cardiovasculares e fisiológica foram aferidas com cardiofrequencímetro a FC, e a, PAS e PAD de repouso, com esfigmomanômetro aneroide e estetoscópio, seguindo as recomendações da Sociedade Brasileira de Hipertensão, sendo posteriormente classificadas segundo a VII Diretriz Brasileira de Hipertensão. Para fins de análise os participantes foram divididos em três grupos de acordo com a classe social, conforme critérios da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa em: Classes A, B1 e B2 (G1); C1 e C2 (G2); e D e E (G3). Os dados foram analisados por meio do programa SPSS (v. 23) e descritos em valores absolutos (n) e relativos (%). Resultados: Dos trabalhadores rurais avaliados 25% eram do G1, 59% do G2 e 16% do G3. Ao analisar as variáveis pressóricas observou-se que, a maior parte dos trabalhadores (77%) foram classificados com PAS normal, destes 26% pertenciam ao G1, 61% ao G2 e 13% ao G3, enquanto dos hipertensos, 17% pertenciam ao G1, 57% ao G2 e 26% ao G3. Quanto a PAD, 69% dos trabalhadores classificados com PAD normal, dos quais 26%, eram do G1, 61% do G2 e 13% do G3, sendo que dos hipertensos 19% eram do G1, 58% do G2 e 23% do G3. Cabe ressaltar a semelhança entre os percentuais de classificação de trabalhadores na PAS e PAD em relação a classe socioeconômica. No que concerne a FC, a maioria foi classificada dentro dos valores de normalidade (73%), destes 25% eram do G1, enquanto 58% eram do G2 e 17% do G3. Já dos trabalhadores classificados como hipertensos, 24% pertenciam ao G1, 67% ao G2 e 9% ao G3. No que diz respeito a prática de exercícios físicos, grande parte dos trabalhadores (82%) não praticavam atividade física, dos quais 23% eram do G1; 57% do G2 e 18% do G3. Em relação aos praticantes, 32% eram do G1, 63% do G2 e 5% do G3. Conclusão: Observou-se que a maior parte dos trabalhadores obtiveram nas variáveis cardiovasculares e fisiológicas, PAD, PAS e FC, a classifica normal, além do predomínio de trabalhadores da classe social C1 e C2. Em relação a prática de exercícios físicos, a maioria dos trabalhadores relatou não praticar atividade física, independente da classificação socioeconômica. Não obstante os resultados do presente estudo recomendamos novas pesquisas com esta população.
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ISSN 2764-2135