PERFIL CARDIOVASCULAR E DE ATIVIDADE FÍSICA EM TRABALHADORES RURAIS DE DIFERENTES NÍVEIS SOCIOECONÔMICOS

Bruno de Almeida Roos, Carla Aparecida Gonçalves dos Santos, Maiara Helena Rusch, Patrik Nepomuceno, Hildegard Hedwig Pohl, Miriam Beatris Reckziegel

Resumo


Introdução: A saúde dos trabalhadores rurais pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo questões sociais e econômicas. Desta forma, essas apresentam relevância no que concerne à saúde desta população, uma vez que pode haver associação da classe socioeconômica com valores cardiovasculares e fisiológicos, como a pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) e a frequência cardíaca (FC). Objetivo: descrever o perfil cardiovascular (PAS, PAD e FC) e de atividade física dos trabalhadores rurais em diferentes níveis socioeconômicos. Metodologia: Estudo transversal de caráter descritivo, vinculado ao projeto “Triagem de Fatores de Risco Relacionados à Obesidade, Estilo de Vida, Saúde Cardiometabólica e Doenças Crônicas Não Transmissíveis: impacto da promoção e educação em saúde em trabalhadores rurais e urbanos – Fase IV”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unisc (CAAE: 43252721.1.0000.5343), em que foram avaliados 106 trabalhadores rurais residentes em municípios da microrregião sul do CORED-VRP. A idade média dos trabalhadores foi de 50,3 (± 12.4) anos, sendo 51% do sexo feminino.  Os dados da classe social e da pratica de atividade física foram obtidos a partir de questionário de estilo de vida.  Já as variáveis cardiovasculares e fisiológica foram aferidas com cardiofrequencímetro a FC, e a, PAS e PAD de repouso, com esfigmomanômetro aneroide e estetoscópio, seguindo as recomendações da Sociedade Brasileira de Hipertensão, sendo posteriormente classificadas segundo a VII Diretriz Brasileira de Hipertensão. Para fins de análise os participantes foram divididos em três grupos de acordo com a classe social, conforme critérios da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa em: Classes A, B1 e B2 (G1); C1 e C2 (G2); e D e E (G3). Os dados foram analisados por meio do programa SPSS (v. 23) e descritos em valores absolutos (n) e relativos (%). Resultados: Dos trabalhadores rurais avaliados 25% eram do G1, 59% do G2 e 16% do G3. Ao analisar as variáveis pressóricas observou-se que, a maior parte dos trabalhadores (77%) foram classificados com PAS normal, destes 26% pertenciam ao G1, 61% ao G2 e 13% ao G3, enquanto dos hipertensos, 17% pertenciam ao G1, 57% ao G2 e 26% ao G3. Quanto a PAD, 69% dos trabalhadores classificados com PAD normal, dos quais 26%, eram do G1, 61% do G2 e 13% do G3, sendo que dos hipertensos 19% eram do G1, 58% do G2 e 23% do G3. Cabe ressaltar a semelhança entre os percentuais de classificação de trabalhadores na PAS e PAD em relação a classe socioeconômica. No que concerne a FC, a maioria foi classificada dentro dos valores de normalidade (73%), destes 25% eram do G1, enquanto 58% eram do G2 e 17% do G3. Já dos trabalhadores classificados como hipertensos, 24% pertenciam ao G1, 67% ao G2 e 9% ao G3. No que diz respeito a prática de exercícios físicos, grande parte dos trabalhadores (82%) não praticavam atividade física, dos quais 23% eram do G1; 57% do G2 e 18% do G3. Em relação aos praticantes, 32% eram do G1, 63% do G2 e 5% do G3. Conclusão: Observou-se que a maior parte dos trabalhadores obtiveram nas variáveis cardiovasculares e fisiológicas, PAD, PAS e FC, a classifica normal, além do predomínio de trabalhadores da classe social C1 e C2. Em relação a prática de exercícios físicos, a maioria dos trabalhadores relatou não praticar atividade física, independente da classificação socioeconômica. Não obstante os resultados do presente estudo recomendamos novas pesquisas com esta população.


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ISSN 2764-2135