EFICÁCIA DO USO DE MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS NO ALÍVIO DA DOR EM NEONATOS HOSPITALIZADOS

Inês da Rosa Henn, Anelise Miritz Borges, Ingre Paz

Resumo


Introdução: verifica-se que a utilização dos métodos não farmacológicos para o alívio da dor ainda não é rotina nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) neonatal. Por conseguinte, conhecer a criança e as opções científicas, é fundamental para o delineado interventivo exitoso frente à atenuação da dor no RN. Objetivo: realizar uma revisão integrativa, para analisar as evidências da literatura científica quanto à eficácia de medidas não farmacológicos para alívio da dor de neonatos antes de procedimentos dolorosos em ambiente hospitalar. Metodologia: trata-se de uma revisão integrativa por meio de uma investigação de artigos selecionados no período de 26 de setembro a 04 de outubro de 2020, nas bases de dados da Scientific Electronic Library Online, Biblioteca Virtual em Saúde e Biblioteca Virtual Portal de Periódicos da CAPES, utilizando os descritores: recém-nascido, enfermagem, dor, neonatologia, unidade de terapia intensiva neonatal, manejo da dor e farmacologia. O operador boleano empregado foi and. Como critérios de inclusão: artigos gratuitos e completos relacionados ao tema da pesquisa, escritos em português, publicados no período de 2015 a 2020. Dentre os critérios de exclusão: teses e dissertações, revisões integrativas e sistemáticas, artigos de reflexão, capítulos de livros e editoriais. Principais resultados: foram 455 artigos que compuseram a amostra inicial diante dos descritores, após, utilizando os critérios de inclusão e exclusão chegaram-se a 14 publicações, mas apenas seis delas detalharam sobre a eficácia de medidas não farmacológicos no alívio da dor em neonatos, dentre elas, o aleitamento materno mereceu destaque, sendo recomendado oferece-lo de dois a 15 minutos antes da realização do procedimento doloroso, o que pode ser disponibilizado pelo seio materno, ou na ausência da mãe, ofertado em torno de dois mililitros deste leite via oral. Outra medida foi o método canguru, diante do contato pele a pele entre a mãe e o bebê, o que viabiliza conforto e segurança, minimizando o estresse, sendo recomendado durante 10 a 15 minutos antes do procedimento e no mínimo 10 minutos após o término da intervenção. Na ausência da mãe, foi identificada como eficiente alternativa, o uso da glicose 25% associada à nutrição não nutritiva, atuando como analgésico ao ser administrado dois minutos antes da realização da intervenção dolorosa. A dose indicada em RN prematuro foi em torno de quatro gotas e no RN a termo, 20 gotas. Já a sucção não nutritiva, como o dedo enluvado ou chupeta, foi sugerida ser empregada isoladamente ou acompanhada da solução adocicada, ambas apresentaram eficiência no manejo da dor e na facilidade de intervenção. A contenção facilitada se mostrou mais eficaz após o procedimento, assim como o controle à exposição ambiental, com a redução de ruídos e da luminosidade, proporcionando um ambiente confortável e menos estressante. O posicionamento ventral foi reconhecido como eficaz quando utilizado isoladamente ou concomitante ao método farmacológico. Conclusões do trabalho: métodos não farmacológicos para o alívio da dor mostraram-se eficazes e seguros pelos profissionais de saúde que atuam nas UTI neonatal, pois diminuem o estresse do RN e potencializam a sua segurança e conforto. No entanto, em alguns achados, foi orientada a necessidade da elaboração de protocolos assistenciais, a fim de assegurar a eficácia frente à escolha e o preparo adequados para o procedimento doloroso.


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ISSN 2764-2135