AMAMENTAÇÃO E SUA RELAÇÃO COM A CÁRIE NA PRIMEIRA INFÂNCIA

Eduarda da Silveira Borstmann, Renita Baldo Moraes, Ana Clara Gass, Bruna Feron, Eduarda Favero, Jenniffer Scapini Paludo, Maile Maísa Langbecker, Martina Fiegenbaum Wingert, Michele Inês Baierle

Resumo


Introdução: A amamentação é a forma de alimentar que mais atende às necessidades funcionais e imunológicas do bebê, sendo eficaz por conter os nutrientes fundamentais para seu crescimento e desenvolvimento. Por muito tempo, a amamentação prolongada esteve relacionada ao desenvolvimento de lesões cariosas. Entretanto, pesquisas recentes têm questionado essa associação. A cárie dentária é uma doença dinâmica multifatorial, persistindo com alta prevalência no mundo inteiro, incluindo bebês que ainda estão sendo amamentados, o que justifica esclarecer se o leite materno apresenta potencial cariogênico. Objetivo: Analisar a relação da amamentação com o desenvolvimento de lesões de cárie dentária. Metodologia: Revisão bibliográfica com utilização de artigos de bases de dados como SciELO, PubMed e Portal de Periódicos da Capes, e orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde. O presente estudo compõe uma das atividades da Liga Acadêmica de Cariologia do Curso de Odontologia da UNISC, a qual propõe, entre outros aspectos, estudar os fatores etiológicos associados à cárie dentária. Resultados: A amamentação até os 12 meses, é considerada um fator de proteção à ocorrência de cárie, sendo recomendado pela OMS e Ministério da Saúde que seja mantida até os dois anos de idade ou mais. Alguns estudos mostraram que crianças amamentadas por mais de dois anos de idade apresentaram maior prevalência de cárie, entretanto, não foram avaliados outros aspectos, como consumo de açúcares e a presença de biofilme, que são fatores biológicos determinantes para o desenvolvimento de lesões de cárie. A criança que recebe outros alimentos, além do leite materno, frequentemente consome fórmulas à base de leite de vaca ou de soja, muitas vezes com adição de açúcares, como a sacarose, que têm capacidade de provocar cárie no esmalte. A lactose, presente no leite materno, também é um açúcar fermentável que produz ácidos através das bactérias do biofilme dental. Porém, apesar de provocar a queda de pH, ela não é capaz de reduzi-lo suficientemente para causar a desmineralização do esmalte. Nesse sentido, reforça-se a importância de evitar a introdução precoce de alimentos e bebidas doces, pois a sacarose está associada à cárie na primeira infância. Além disso, os responsáveis devem ser orientados quanto à importância da higiene bucal da criança a partir da erupção do primeiro dente, o que muitas vezes coincide com a introdução da alimentação complementar. Do mesmo modo, visando melhores condições de saúde, é importante que a gestante realize o pré-natal odontológico e que a primeira visita da criança ao cirurgião-dentista ocorra nos primeiros meses de vida. Assim, os benefícios amplamente conhecidos da amamentação evidenciam a importância da atuação integrada de todos os profissionais da saúde, visando sua promoção e manutenção. Conclusão: O leite materno não tem capacidade de causar lesões cariosas em esmalte dentário, porém, o consumo de alimentos cariogênicos com frequência, sem a higiene bucal adequada, constitui um fator de risco para o desenvolvimento de lesões de cárie na primeira infância.


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ISSN 2764-2135