USO DO ÓLEO ESSENCIAL DE MELALEUCA NO TRATAMENTO DE LESÕES POR PRESSÃO E A TERMOGRAFIA COMO INOVAÇÃO PARA O ACOMPANHAMENTO DO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO
Resumo
As lesões por pressão (LPP) é um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro artefato. O desenvolvimento de LPP promove repercussões negativas, constituindo-se um problema grave no processo de atenção à saúde do paciente por desencadear danos físicos e emocionais, além de promover o aumento de oneração de despesas para as instituições de saúde devido ao custo do tratamento. A utilização de coberturas adequadas é indispensável para garantir o tratamento da lesão e assim obter a cicatrização e regeneração da pele. Dentre o amplo espectro de ativos utilizados no tratamento de lesões de pele destaca-se os óleos essenciais (OE), dentre estes, o OE de melaleuca (Melaleuca alternifolia), que além de apresentar ação cicatrizante, também atua na estimulação do sistema imunológico. Além da escolha da melhor cobertura é indispensável o acompanhamento do processo de reparo tecidual. Neste contexto, o uso de câmera termográfica, que é capaz de detectar variações mínimas de temperatura com precisão, podendo detectar alterações no fluxo sanguíneo periférico, tem sido uma ferramenta de inovação tecnológica valiosa para o reconhecimento de eventos fisipatológicos. Seu uso torna possível identificar pontos de valores distintos de temperatura facilitando a identificação de áreas inflamatórias. Este trabalho tem como objetivo apresentar um relato de caso de uma série de pacientes que estão fazendo uso de duas formulações com OEM (óleo essencial de melaleuca) para uso em LPP e o uso da câmera termográfica para acompanhamento do processo de reparo tecidual. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, recorte de um estudo observacional descritivo-exploratório, do tipo estudo de casos múltiplos ainda em andamento, sendo desenvolvido a partir do acompanhamento de pacientes que apresentam LPPs em estágios I, II, II ou IV. O OEM sob a concentração de 6% foi incorporado nas formulações farmacêuticas produzidas no laboratório de farmacotécnica e de Cosmetologia do Curso de Farmácia de uma Universidade Comunitária no RS, seguindo as boas práticas de manipulação. Para aplicação em lesões de grau I ou II, que caracterizam-se por serem superficiais, o óleo foi incorporado em uma solução lipídica tendo o óleo de girassol como veículo. No caso das LPP de grau III e IV, que normalmente caracterizam-se por serem cavitárias, o referido OEM foi incorporado em hidrogéis, que além de estimular a cicatrização e reepitelização nas bordas, auxiliam na aplicação do produto e preenchimento do leito da ferida. O estudo está sendo realizado com pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto de um hospital de ensino. A coleta de dados ocorre no segundo semestre de 2021. Estão sendo realizados registros fotográficos com câmera e por termografia infravermelha para que sejam avaliados os aspectos e características visuais das lesões antes das aplicações e após os três dias de aplicações. As formulações farmacêuticas utilizadas neste estudo além de estar fomentando os benefícios do OE no processo de cicatrização, reforça suas vantagens por serem naturais e de menor custo em relação a formulações comerciais existentes no mercado. Em relação ao uso da termografia para o acompanhamento das lesões, a técnica tem se demonstrado extremamente útil e de fácil manuseio, agregando qualidade ao processo assistencial no tratamento de feridas.
Apontamentos
- Não há apontamentos.
ISSN 2764-2135