PERSISTÊNCIA DE ANTICORPOS DE SARS-COV-2 EM INDIVÍDUOS COM TESTE REAGENTE NA REGIÃO DE ABRANGÊNCIA DO CISVALE A PARTIR DO ESTUDO COVID-VRP

Lucas Vinicius Fischer, Eduarda Favero, Jonathas Gauciniski, Cassiandra Sampaio Joaquim, Ana Paula Helfer Schneider, Mari Ângela Gaedke, Marcelo Carneiro, Janine Koepp

Resumo


Introdução: A COVID-19 é uma doença causada pela Síndrome Respiratória Aguda Grave Coronavírus 2 (SARS-CoV-2). Os anticorpos contra as proteínas SARS-CoV-2 são produzidos como consequência da ativação do braço humoral do sistema imunológico. Embora a resposta de anticorpos ao SARS-CoV-2 possa ser detectada no início da infecção, várias questões pendentes ainda precisam ser abordadas em relação à magnitude e persistência do título de anticorpos contra diferentes proteínas virais e sua correlação com a força da resposta imune, uma vez que esta informação impactará diretamente no estabelecimento de políticas públicas de saúde. Objetivo: Mensurar a persistência de anticorpos de SARS-CoV-2 em indivíduos com teste reagente na região de abrangência do Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (CISVALE) a partir do estudo COVID-VRP (2020). Metodologia: Trata-se de um estudo de coorte prospectiva de amostra aninhada a estudo transversal de base populacional conduzido de agosto a outubro de 2020 em 4 etapas através de uma parceria entre a Universidade de Santa Cruz do Sul, o Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo – CISVALE, com apoio das Prefeituras Municipais e Philip Morris, que identificou a Soroprevalência de SARS-CoV-2 na Região do Vale do Rio Pardo (COVID-VRP). A amostra foi composta por todos os indivíduos com teste rápido reagente no estudo COVID-VRP que concordaram em participar de uma recoleta. Foi então realizado teste rápido sorológico e aplicado questionário padronizado e pré-codificado, para caracterização da amostra e coleta de dados comportamentais e de saúde. Resultados: A coleta de dados realizada  no domicílio dos participantes ocorreu em março de 2021 conduzida pela equipe técnica da pesquisa e alunos selecionados dos cursos da área da saúde da UNISC. Dentre as 125 coletas previstas, foi possível atingir uma amostra de 90 indivíduos. Em relação à persistência de anticorpos do tipo IgM, dentre os 53 indivíduos com teste reator em uma das 4 etapas da pesquisa COVID-VRP, mantiveram IgM reator 22 indivíduos (41,51%), mesmo após 5 meses da última etapa. E observou-se 3 novos casos de IgM reatores na amostra. Em relação à persistência deste tipo de anticorpo, observou-se que dentre aqueles 58 indivíduos que tinham teste reator em alguma das 4 etapas da pesquisa COVID-VRP, 21 (36,21%) mantiveram teste reator para IgG. Ainda, observou-se que 6 indivíduos que apresentaram teste reator para IgM em algumas das 4 etapas anteriores, converteram para teste IgG reator nesta etapa da pesquisa. Considerando a persistência de algum tipo de anticorpo na amostra pesquisada de 90 indivíduos com teste reator em alguma das 4 etapas anteriores , seja IgM e/ou IgG no teste, observou-se que em 53,3% da amostra o teste não detectou mais a presença de anticorpos ao longo de um período de 5 a 7 meses. Conclusão: Verificou-se que ao longo do tempo a maioria dos indivíduos podem estar suscetíveis a uma nova infecção, corroborando com as evidências científicas sobre o tema. Além disso, estes dados reforçam a necessidade de manter medidas como o uso de máscaras e a importância da vacinação em massa da população, mesmo em cenários com indivíduos já expostos ao vírus anteriormente.

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ISSN 2764-2135