CORRELAÇÃO ENTRE BRUXISMO E INJÚRIAS DENTÁRIAS TRAUMÁTICAS DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19
Resumo
A natureza de fatores desencadeadores de estresse e de ansiedade está associada a eventos que modificam o cotidiano dos indivíduos, por exemplo problemas de saúde, financeiros, conjugais, entre outros. A pandemia provocada pelo novo Coronavírus exigiu a adoção de protocolos para minimizar a propagação da doença na população, como o distanciamento social. Essa restrição é considerada um fator de esgotamento físico e mental. Essas situações podem levar à ocorrência de desordens temporomandibulares (DTMs), tal como o bruxismo. Este é um hábito parafuncional de etiologia multifatorial, cujas intensidade e duração refletem sobre as estruturas dentárias, produzindo injúrias dentárias traumáticas. Nesse contexto, o objetivo desse estudo é investigar e correlacionar, através de uma revisão de literatura, a influência da pandemia do COVID-19 na incidência de bruxismo e nas características das injúrias dentárias traumáticas. Para sua elaboração, utilizou-se livros relacionados ao tema (disponíveis no acervo da Biblioteca Central da Universidade de Santa Cruz do Sul) e artigos científicos de bases de dados (Portal de Periódico da CAPES/MEC, PubMed e Scielo), com prioridade aos publicados no período de 2020 à 2021. A pesquisa pelo material bibliográfico foi realizada a partir dos seguintes descritores, em inglês: COVID-19, coronavirus infections, bruxism e tooth injuries. A alteração do comportamento dos pacientes, durante a pandemia do COVID-19, resultou no aumento dos casos de bruxismo. Consequentemente, houve um aumento dos danos aos tecidos periodontais e dentários, como mobilidade, fraturas, injúrias traumáticas, atrição e patologias pulpares. Além disso, foram observadas variações da etiologia e do diagnóstico das injúrias dentárias traumáticas, visto que elas dependem da energia e da direção do impacto. Nesse período de lockdown, os traumatismos e luxações eram de menor intensidade pois ocorreram, principalmente, devido a acidentes domésticos. Dessa forma, as fraturas coronárias foram as mais prevalentes, por exemplo as fraturas de esmalte com ou sem envolvimento de dentina. A concussão e a intrusão também foram frequentes, especialmente quando comparadas à avulsão. Apesar disso, algumas pesquisas apontam uma menor prevalência de traumatismos durante a pandemia, justificada pela postergação da visita ao dentista pelo receio de contaminação pelo vírus. Diante disso, conclui-se que há uma probabilidade de correlação entre o bruxismo e os padrões de traumatismo dentário nesse período. Contudo, é necessário que mais estudos sejam realizados para comprovar essa associação.
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ISSN 2764-2135