RELAÇÃO DO USO DE ANTIBIÓTICOS NA PRIMEIRA INFÂNCIA COM A CÁRIE DENTÁRIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Jenniffer Scapini Paludo, Bruna Feron, Eduarda da Silveira Borstmann, Maile Maísa Langbecker, Eduarda Favero, Michele Inês Baierle, Ana Clara Gass, Martina Fiegenbaum Wingert, Renita Baldo Moraes

Resumo


Introdução: A cárie dentária é a doença mais comum e prevalente da cavidade bucal, de origem multifatorial, causando a desmineralização do esmalte e da dentina desde os primeiros anos de vida. É frequente os pais associarem a ocorrência da cárie dentária de seus filhos ao uso de antibióticos na infância, que são comumente prescritos e amplamente utilizados na forma líquida, sendo facilmente aceitos por pais e filhos. Objetivo: Esclarecer a relação do uso de antibióticos na primeira infância e a cárie dentária. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura baseada em artigos publicados a partir de 2014, nos idiomas português e inglês. A busca dos artigos foi realizada através das bases de dados: Portal de Periódicos da CAPES, SCIELO e PubMed a partir dos descritores em português e inglês: Cárie dentária (Dental caries); Antibióticos (Antibiotics); Criança (Child); Saúde bucal (Oral health). O presente estudo compõe uma das atividades da Liga Acadêmica de Cariologia do Curso de Odontologia da UNISC, a qual propõe, entre outros aspectos, estudar os fatores etiológicos associados à cárie dentária. Principais resultados: As preparações dos antibióticos são tornadas palatáveis e melhor aceitas pelas crianças através da adição de açúcares naturais ou artificiais. Dentre estes açúcares, a sacarose é o mais utilizado devido ao baixo custo e propriedades tais como: conservante, antioxidante, solvente e agente espessante. No entanto, a sacarose é o açúcar considerado mais cariogênico, metabolizado por bactérias presentes na cavidade oral, provocando a queda do pH e iniciando a desmineralização do esmalte. A frequência de ingestão desses medicamentos, somado ao descuido com a higienização bucal, proporcionam um aumento da produção ácida no biofilme dentário pelo metabolismo microbiano, aumentando o potencial cariogênico. Entretanto, não ocorre perda significativa de tecido duro quando a higiene bucal é realizada de forma adequada, incluindo creme dental com flúor duas vezes ao dia. Ademais, estudos mostram que alguns antibióticos inibem o crescimento de Streptococcus mutans, principal microrganismo envolvido com a cárie dentária, evidenciando a natureza antimicrobiana do antibiótico. No entanto, as altas concentrações de açúcar, aliadas a alta viscosidade destes medicamentos, não devem ser ignoradas. Desse modo, é essencial que os pais sejam instruídos para que higienizem os dentes da criança após a ingestão do medicamento, a fim de evitar que o açúcar presente nestas fórmulas provoque a desmineralização do esmalte dentário. Conclusão: Apesar dos açúcares adicionados terem alto potencial cariogênico, os antibióticos sozinhos não são capazes de provocar a cárie dentária, a qual só ocorre quando seu uso está associado à higiene bucal deficiente e hábitos alimentares inadequados.

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ISSN 2764-2135