SINAIS E SINTOMAS DA SÍNDROME DE BURNOUT RELATADOS POR ESTUDANTES DE MEDICINA EM FACULDADES DOS VALES DO TAQUARI E RIO PARDO

Camilo Darsie de Souza, Mateus de Arruda Tomaz, Fernanda Alves Carneiro, Nathalia Morais de Ataides, Vitoria Canabarro Caurio, Melissa Ferraz Quintana, Gabriela Grando Menegon, Felipe Santos Silveira, Tiago Jairo Colling

Resumo


SINAIS E SINTOMAS DA SÍNDROME DE BURNOUT RELATADOS POR ESTUDANTES DE MEDICINA EM FACULDADES DOS VALES DO TAQUARI E RIO PARDO




Introdução: A Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é uma condição psíquica que recentemente foi incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS). O termo burnout é empregado para exprimir o estado de esgotamento completo da energia individual, associado a intensa frustração com o trabalho. Sabe-se que, no contexto contemporâneo, estudantes da área de medicina têm sido frequentemente acometidos pelo esgotamento em função da grande demanda de trabalho e de estudos a eles direcionada. Objetivo: Verificar os sinais e sintomas da Síndrome de Burnout relatados por estudantes de Medicina. Metodologia: Pesquisa quali-quantitativa, por meio digital, com acadêmicos de medicina de quatro universidades do Rio Grande do Sul a respeito de sinais e sintomas da Síndrome. Foi utilizada a plataforma do Google Forms para montagem do questionário. O link de acesso foi enviado via e-mail e Whatsapp. A investigação fez parte de atividades desenvolvidas em uma disciplina do curso de Medicina da Unisc. Resultados: No total, foram 159 respondentes. Destes, 100% estão matriculados em cursos de medicina da região dos vales do Taquari e Rio Pardo. Dos participantes, 92,5% responderam  ter conhecimento sobre a síndrome de Burnout. Sobre a presença  dos sinais e fatores de risco para o adoecimento, 99,3% assinalaram um mínimo de 3 sinais que podem indicar a possibilidade da síndrome de Burnout iminente ou em curso. A insônia (83,3%), dores musculares (80,5%) e irritabilidade (87,4%) foram os sintomas e sinais mais frequentemente mencionados. Nos itens referentes aos fatores de risco para o desenvolvimento da Síndrome, como qualidade de vida e aspectos psicossociais, 79% dos participantes avaliaram como não ou pouco saudável aspectos da rotina tais como, alimentação, regularidade no sono e equilíbrio entre as horas dedicadas ao lazer e carga horária do curso. Apesar do reconhecimento dos aspectos insalubres de suas rotinas, 72% dos participantes responderam acreditar que existe um ideal de excelência a ser atingido na carreira/vida acadêmica, o que justificaria tal situação. Nos itens discursivos, foram frequentes menções a questões como competitividade, cobrança , cargas excessivas de horários de trabalho. Esse temos foram associados à incidência de casos de adoecimento mental e suicídio em meio a comunidade médica e acadêmica. Sobre fatores protetivos ao adoecimento, tal como a disposição para buscar auxílio psicológico e psiquiátrico, 63,8% dos respondentes buscam ou já buscaram este auxílio. Constatou-se ainda que 39% dos respondentes estão fazendo acompanhamento psicológico e ou psiquiátrico. Conclusões: O presente estudo demonstrou que devido a árdua rotina que os acadêmicos vivem, podem ser levados a um esgotamento físico e mental. Além disso, entendem que a pressão de tentar atingir um papel de destaque e um grande desempenho na faculdade pode os levar a desenvolverem, desde a faculdade, os sinais e sintomas da Síndrome de Burnout. Também foi possível concluir que os estudantes reconhecem a necessidade de buscarem ajuda, algo que pode ser considerado positivo. 


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ISSN 2764-2135