SINAIS E SINTOMAS DA SÍNDROME DE BURNOUT RELATADOS POR ESTUDANTES DE MEDICINA EM FACULDADES DOS VALES DO TAQUARI E RIO PARDO
Resumo
SINAIS E SINTOMAS DA SÍNDROME DE BURNOUT RELATADOS POR ESTUDANTES DE MEDICINA EM FACULDADES DOS VALES DO TAQUARI E RIO PARDO
Introdução: A Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é uma condição psíquica que recentemente foi incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS). O termo burnout é empregado para exprimir o estado de esgotamento completo da energia individual, associado a intensa frustração com o trabalho. Sabe-se que, no contexto contemporâneo, estudantes da área de medicina têm sido frequentemente acometidos pelo esgotamento em função da grande demanda de trabalho e de estudos a eles direcionada. Objetivo: Verificar os sinais e sintomas da Síndrome de Burnout relatados por estudantes de Medicina. Metodologia: Pesquisa quali-quantitativa, por meio digital, com acadêmicos de medicina de quatro universidades do Rio Grande do Sul a respeito de sinais e sintomas da Síndrome. Foi utilizada a plataforma do Google Forms para montagem do questionário. O link de acesso foi enviado via e-mail e Whatsapp. A investigação fez parte de atividades desenvolvidas em uma disciplina do curso de Medicina da Unisc. Resultados: No total, foram 159 respondentes. Destes, 100% estão matriculados em cursos de medicina da região dos vales do Taquari e Rio Pardo. Dos participantes, 92,5% responderam ter conhecimento sobre a síndrome de Burnout. Sobre a presença dos sinais e fatores de risco para o adoecimento, 99,3% assinalaram um mínimo de 3 sinais que podem indicar a possibilidade da síndrome de Burnout iminente ou em curso. A insônia (83,3%), dores musculares (80,5%) e irritabilidade (87,4%) foram os sintomas e sinais mais frequentemente mencionados. Nos itens referentes aos fatores de risco para o desenvolvimento da Síndrome, como qualidade de vida e aspectos psicossociais, 79% dos participantes avaliaram como não ou pouco saudável aspectos da rotina tais como, alimentação, regularidade no sono e equilíbrio entre as horas dedicadas ao lazer e carga horária do curso. Apesar do reconhecimento dos aspectos insalubres de suas rotinas, 72% dos participantes responderam acreditar que existe um ideal de excelência a ser atingido na carreira/vida acadêmica, o que justificaria tal situação. Nos itens discursivos, foram frequentes menções a questões como competitividade, cobrança , cargas excessivas de horários de trabalho. Esse temos foram associados à incidência de casos de adoecimento mental e suicídio em meio a comunidade médica e acadêmica. Sobre fatores protetivos ao adoecimento, tal como a disposição para buscar auxílio psicológico e psiquiátrico, 63,8% dos respondentes buscam ou já buscaram este auxílio. Constatou-se ainda que 39% dos respondentes estão fazendo acompanhamento psicológico e ou psiquiátrico. Conclusões: O presente estudo demonstrou que devido a árdua rotina que os acadêmicos vivem, podem ser levados a um esgotamento físico e mental. Além disso, entendem que a pressão de tentar atingir um papel de destaque e um grande desempenho na faculdade pode os levar a desenvolverem, desde a faculdade, os sinais e sintomas da Síndrome de Burnout. Também foi possível concluir que os estudantes reconhecem a necessidade de buscarem ajuda, algo que pode ser considerado positivo.
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ISSN 2764-2135