CONTATO EM MEIO A SOLIDÃO: AUXILIANDO O COMBATE À SOLIDÃO ATRAVÉS DO TELEFONE

Theo de Lima Goes, Silvia Virginia Coutinho Areosa, Alexandra Barbosa Mazoni, Bernardo Reckziegel Bohn, Isadora Machado Amaral, Jéssica da Rocha Pedroso, Pétrin Hoppe Tuchtenhagen, Miriam Cabrera Corvelo Delboni, Cristiane Davina Redin Freitas, Mari Ângela Gaedke

Resumo


Os anos de 2020 e 2021 foram marcados por medidas de contenção ao coronavírus, um vírus letal e de alta propagação que colocou o mundo em um cenário de pandemia. Tais medidas buscaram limitar o alastramento do vírus através do isolamento e distanciamento social, restringindo o contato das pessoas com possíveis portadores do vírus. Entretanto, as medidas também reduziram o convívio social dos indivíduos que passaram por este período, gerando consequências na saúde mental dos mesmos. Neste período, recomendou-se o isolamento mais acentuado para os idosos, indivíduos com mais de 60 anos de idade, devido a sua alta taxa de mortalidade pelo coronavírus. Através de revisões bibliográficas e de relato de experiência, este documento procura clarear o questionamento: “poderia o contato via telefone auxiliar o combate à solidão?". Não existe um consenso sobre o que seria o sentimento de solidão, entretanto, pesquisadores da área estão de acordo com algumas características deste sentimento. As principais são, que ele produz uma sensação desagradável, é um sentimento subjetivo de cada indivíduo resultante de vínculos sociais não satisfatórios(TEIXEIRA, 2010). A solidão, nas pessoas idosas, pode surgir de eventos como a perda de um ente próximo, desafeto familiar e características culturais. Este sentimento impacta negativamente a saúde do indivíduo, podendo colaborar com  o aparecimento de sintomas como ansiedade, depressão e declínio cognitivo. Devido às suas consequências, a literatura explorada aponta para a necessidade de atenção aos seus sinais, assim como, a possibilidade de seu incremento em decorrência das medidas de contenção ao coronavírus, como o isolamento social. Corroborando estes apontamentos, um estudo realizado com 9.173 integrantes relatou que a metade sentiam frequentemente a solidão.(ROMERO, 2021) Frente a esta realidade, a Universidade de Santa Cruz do Sul desenvolveu um projeto de cuidado à distância para idosos, visando, dentre outros objetivos, reduzir os impactos da solidão na população idosa, frequentadora de atividades da UNISC, durante este período pandêmico. O projeto atendeu 636 idosos, residentes de Santa Cruz do Sul, de março a agosto de 2020. Durante as ligações foi respondido um questionário, este possibilitou aos participantes avaliarem o serviço prestado pelo grupo de pesquisa em “Envelhecimento e Cidadania'', e expressarem suas opiniões acerca do contato telefônico. Todos agradeceram pelo contato, 20% alegaram que o contato deixou o seu dia mais feliz e 16% elogiaram a preocupação por parte da universidade. Este ano de 2021, o trabalho de Telecuidado foi retomado em abril  e, as ligações recebem uma alta quantidade de elogios, os participantes expressaram sua vontade de conversar, compartilhando as suas histórias, angústias e acontecimentos neste ano pandêmico. Durante as conversas, é  perceptível a angústia pela incerteza da segurança da sua família, assim como a presença de um sentimento maior de solidão naqueles que tiveram de ficar distante de seus familiares. O contato possibilitou que as pessoas idosas compartilhassem as suas angústias com os bolsistas deste projeto, contando suas histórias. A abertura deste espaço de livre expressão para os participantes do projeto, gerou resultados positivos, tanto para os que dele usufruem, quanto para os alunos que participam como facilitadores, mostrando que o contato por meio do telefone pode ser uma ferramenta no combate ao sentimento de solidão.


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ISSN 2764-2135