GRUPO TERAPÊUTICO “ATENÇÃO PLENA E AUTOCOMPAIXÃO”: UM ESPAÇO PARA O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS HÁBITOS

Resumo

Este trabalho descreve um grupo terapêutico realizado no Serviço Integrado de Saúde (SIS), na Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), intitulado “Atenção Plena e Autocompaixão”. Seu principal objetivo foi viabilizar o uso de técnicas que auxiliam no manejo de ansiedade, um sintoma recorrente em uma grande parcela da população, exacerbado pelos efeitos da pandemia de COVID-19. A construção do grupo foi embasada pela abordagem cognitivo-comportamental, com uma proposta de seis encontros, com duração de 1 hora e 30 minutos cada. Voltado para a comunidade adulta de forma geral, obteve-se um total de sete mulheres inscritas. Os encontros foram pautados na socialização de sentimentos entre o grupo, bem como na execução de técnicas para o exercício de atenção plena, autocompaixão e autorregulação emocional. As técnicas foram baseadas nos livros “Mindfulness e Autocompaixão”, dos autores Kristin Neff e Christopher Germer, e “Mindfulness em Oito Semanas”, do autor Michael Chaskalson. Em formato online, devido ao contexto de pandemia global, os encontros ocorreram via plataforma Google Meet. A divulgação ocorreu entre as instâncias do SIS, por meio de cartazes impressos, e para a comunidade, através das redes sociais. Os encontros iniciaram em abril de 2021, ministrados por duas estagiárias de Psicologia na abordagem cognitivo-comportamental, orientadas pela professora responsável. Tratou-se de um grupo semi-estruturado, sendo cada encontro orientado pelo momento inicial de checagem de sentimentos e uma breve descrição da semana anterior, seguido de um momento de psicoeducação referente às temáticas abordadas. Em seguida, realizam-se as práticas propostas, acompanhadas de uma discussão do que foi experienciado e, por fim, um desafio para o decorrer da semana, chamado de “tarefa de casa”. Através de técnicas denominadas Bodyscan, Toque Calmante, Pausa Autocompassiva etc., as participantes puderam aprender novos hábitos como alternativas mais saudáveis e autorreguladoras de lidar com sentimentos negativos. A partir das avaliações posteriores, as participantes relataram que o grupo representou um momento de troca de experiências e aquisição de novas habilidades, além de um momento de acolhimento. Observou-se os seguintes itens para a avaliação do sucesso da atividade: adesão das participantes, a interação e o comprometimento do grupo com as atividades propostas, a reflexão dos conteúdos trabalhados e a realização das tarefas de casa. Nesse sentido, foi possível concluir que a atividade se mostrou satisfatória, tendo o grupo cumprido o seu propósito de desenvolver habilidades para manejo de ansiedade, bem como de acolher e proporcionar um espaço de trocas em meio a um período tão complicado.