USO DA MICROALGA DUNALIELLA SALINA PARA O TRATAMENTO DE EFLUENTES SALINOS E DE PROCESSAMENTO DE LATICÍNIOS.

Gustavo Geiss Rabuske, Rosana de Cassia de Souza Schneider, Gleison de Souza Celente

Resumo


O tratamento de efluentes é um dos processos mais importantes presente nas indústrias visando reduzir o impacto ambiental da produção, podendo ser auxiliado e potencializado com o uso de microalgas, através da redução dos nutrientes e poluentes presentes no efluente e do fornecimento de bioprodutos, que possuem inúmeras funções e destinos. Neste projeto está sendo utilizada a microalga Dunaliella salina, focando no tratamento terciário de efluentes, contemplando a produção de bioprodutos que tenham relevância industrial com potencial para a produção de pigmentos, glicerol, proteína, carboidratos ou lipídios. Durante a realização do projeto, tem-se como objetivos avaliar o uso e a viabilidade da D.salina para o tratamento de efluentes terciários (salino sintético e de laticínio), assim como valorizar a biomassa obtida, identificando a melhor razão de efluentes para a geração de bioprodutos como clorofila a e b, carotenóides totais, beta-caroteno, proteína e glicerol característicos desta espécie, quantificando-os posteriormente. Para o começo dos experimentos foi necessário adquirir a microalga D. salina (BMARK 16) no Banco de Microrganismos Aidar & Kutner do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, que está sendo cultivada em meio F/2 sob luz branca e temperatura ambiente de 25 ºC, mantendo o pH entre 7,0 e 8,0. O efluente foi fornecido pela empresa Latvida Indústria de Alimentos Estrela S.A (efluente aeróbico), enquanto que o meio salino foi produzido artificialmente dissolvendo NaCl em água deionizada, na concentração de 7,2 g L-1, com o intuito de simular a composição de efluente de indústria de conservas de legumes e frutos. Os testes foram realizados em erlenmeyers de 250 mL contendo 100 mL de efluente combinado (diferentes proporções de efluente salino e efluente de laticínios: 100:0; 75:25; 50:50; 25:75, e 0:100) e 5 mL do inóculo D. salina em fase estacionária. Após a realização dos experimentos, além do teor de biomassa, foram feitas as seguintes análises de bancada no efluente final: pH, STD (ppt), salinidade (ppt), condutividade (mS), turbidez (FNU) e absorbância (420 nm, 630 nm, 680nm). Dentre os resultados mais relevantes estão a permanência do pH entre 7 e 8, a redução dos sólidos totais e da salinidade e o aumento da turbidez. O teor de biomassa obtido foi maior para 100% de efluente de laticínio. Apesar do tratamento não ter apresentado um resultado que permite indicar a D. salina para remoção de nutrientes dos efluentes utilizados, observou-se que o efluente de laticínio tem potencial para a produção de biomassa desta espécie, o que é um indicativo tecnológico para explorar esta espécie com um meio de baixo custo e ainda estudar as condições para que também seja possível o tratamento do efluente.

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ISSN 2764-2135