CARDÁPIO FALADO PARA DEFICIENTES VISUAIS.
Resumo
CARDÁPIO FALADO PARA DEFICIENTES VISUAIS
Introdução: A falta de acessibilidade em lugares públicos faz com que o deficiente visual se sinta impotente e frágil, o que a longo prazo, se torna um transtorno e faz com o que ele se isole cada vez mais e também impede que as pessoas com deficiência consigam viver dignamente.Hoje, encontramos 506 mil pessoas no Brasil com perca total da visão, 6 milhões de pessoas com perca parcial da visão e com muita dificuldade para enxergar e18.6% pessoas vivem com algum tipo de deficiência visual. A Federação Nacional de Cegos dos EUA elaborou uma pesquisa dizendo que menos de 10% dos 1.3 milhão de deficientes visuais americanos sabem ler Braille. Não há dados de indivíduos alfabetizados em Braille no Brasil, mas podemos supor que o cenário não seja muito diferenteou até pior. Pensando nesta situação buscou-se realizar um projeto dando foco para a inclusão no ramo alimentício com a ideação de um cardápio falado. Escolhemos o ramo alimentício por ser um dos setores onde os deficientes visuais acabam não tendo autonomia na escolha dos alimentos que querem ingerir e em função do fluxo de atendimento rápido que existe nestes locais os funcionários que trabalham nestes estabelecimentos não possuem uma capacitação adequada para reproduzir o cardápio impresso. O tema foi escolhido devido aos relatos de uma colega e integrante do grupo com deficiência visual. Objetivos: Elaborar um cardápio falado buscando promover autonomia, acessibilidade e inclusão para o deficiente visual. Metodologia: O trabalho foi realizado ao longo de todo o semestre da disciplina de Laboratório de Empreendedorismo e Práticas Comunitárias A (LEPC A), usando o Design Thinking. O tema da disciplina era os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS), para a realização do trabalho escolhemos a ODS 10 que aborda a “Redução de Desigualdades”. A elaboração do cardápio falado foi desenvolvida durante todo o semestre de 2022/1 em sala de aula dividido nas etapas de Diagnóstico (que é a identificação do problema), Ideação (proposição de uma solução) e a prototipação (desenvolvimento inicial da ideia).Resultados: Na fase da ideação, fomos em busca de inspirações para a montagem do cardápio, onde usamos como modelo a lancheria do bloco 35 da Universidade de Santa Cruz do Sul por ser o lugar onde a nossa colega com deficiência visual passa a maior parte do seu tempo. Desenvolvemos um áudio com voz mecânica para relatar alguns dos produtos que tem disponíveis na lancheria, oprojeto ainda está em fase de prototipação, principiamos desenvolvendo um QR CODE, que direciona o usuário a um cardápio falado, onde o deficiente apenas aponta a câmera do seu celular e automaticamente ativa o áudio do mesmo. Conclusão: A alimentação em se tratando de uma necessidade humana básica, ganha destaque no nosso trabalho, pois traz dignidade para a ação do alimentar-se, esta indispensável para a manutenção da vida. Para o deficiente visual, poder escolher o alimento a ser consumido é uma forma de inclusão que dignifica a sua existência. Ao atingir a implementação do cardápio falado nas lancherias, o objetivo foi reduzir ao menos uma das muitas adversidades vivenciadas diariamente na vida de deficientes visuais, promovendo um dos muitos passos a serem dados em prol da acessibilidade, tornando o cotidiano desses cidadãos ainda mais humano, e autossuficiente.
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ISSN 2764-2135