RELAÇÃO ENTRE A FREQUÊNCIA CARDÍACA DE RECUPERAÇÃO APÓS TESTE ERGOMÉTRICO E ÍNDICES DE OBESIDADE

Daniela Cardoso Batista, Maiara Helena Rusch, Elias Augusto Schaefer, Patrik Nepomuceno, Hildegard Hedwig Pohl, Miriam Beatris Reckziegel

Resumo


Introdução: A variação da frequência cardíaca (FC) durante e após o esforço é regulada pela ação predominante simpática e parassimpática, respectivamente. A queda atenuada da FC após teste ergométrico é considerada preditor de mortalidade cardiovascular, de modo que reflete disfunção autonômica vagal, a qual pode estar relacionada a fatores de risco como obesidade. Objetivo: relacionar índices de obesidade com a recuperação da FC após teste ergométrico em trabalhadores rurais. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal de caráter descritivo, no qual participaram trabalhadores rurais residentes em municípios da microrregião sul do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (COREDE-VRP). Foram avaliadas as variáveis antropométricas para cálculo do índice de massa corpórea (IMC), área de gordura visceral (AGV), obtida pela bioimpedanciometria, e a frequência cardíaca (FC), registrada por cardiofrequencímetro, no repouso (FCrep), durante o pico do esforço (FCmax) e na recuperação pós-esforço (no primeiro e segundo minuto - FCrec1/FCrec2). A frequência cardíaca de reserva (FCres) foi considerada a diferença entre a FCmax e a FCrep, já a recuperação da FC (RFC), entre a FCmax e a FCrec1. Os participantes foram agrupados de acordo com a classificação da OMS pelo IMC em: normal (G1), sobrepeso (G2) e obeso (G3). Os dados foram analisados por meio do programa SPSS (versão 23.0) e descritos em valores absolutos (n) e relativos (%). Para verificação da normalidade, utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk, com nível de significância de 5%. Resultados: Foram analisados 50 trabalhadores rurais, sendo 25 mulheres (50%) e 25 homens (50%), com idade média de 49,58 (±10.84) anos. Do total, 13 (26%) participantes foram alocados no G1, 26 (52%) no G2 e 11 (22%) no G3. As mulheres apresentaram maior AGV média (114,42 ±38,23 x 87,46 ±40,48 dos homens), assim como IMC superior (28,74 ±5,68 x 27,35 ±4,78). A FCmax foi superior no G1 (156,15 ±16,74) seguido pelo G2 (150,69 ±20,76) e G3 (135,91 ±20,58), sequência esta, também observada no tempo de permanência no teste ergométrico (G1>G2>G3), apontando maior aptidão cardiorrespiratória do G1. A FCres foi maior no G1 (75,54 ±24,04), seguido pelo G2 (72,12 ±22,72) e G3 (50,27 ±21,62). A RFC foi maior no G2 (29,07 ±12,18), seguido pelo G1 (25,69 ±14,53) e G3 (18,09 ±12,84). Conclusão: O grupo de indivíduos obesos apresentou recuperação mais lenta da FC, indicando que a obesidade pode estar relacionada com a diminuição do tônus parassimpático. Os indivíduos normais e com sobrepeso apresentaram melhores índices de aptidão cardiorrespiratória em relação ao grupo de indivíduos obesos.


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ISSN 2764-2135