GERAÇÃO DE IMAGENS ACÚSTICAS PARA DETECÇÃO DE FUGA AÉREA POR CALORIMETRIA EM MÁSCARAS DE VENTILAÇÃO NÃO-INVASIVA
Resumo
Introdução: Com a pandemia da Covid-19 foram criadas novas interfaces de ventilação não-invasiva (VNI) com o intuito de reduzir o risco de aerossolização do vírus SARS-Cov-2. Clinicamente, a fuga aérea é quantificada por meio de pneumotacógrafos inseridos nos ventiladores mecânicos utilizados para o suporte ventilatório invasivo e não-invasivo (VNI) e experimentalmente, a calorimetria pode ser um método viável para a medida da fuga aérea. Como parte da prospecção de empresas que contribuíram para o aperfeiçoamento da máscara de mergulho adaptada (máscara Owner), interface criada pelo Grupo Mergulhadores do Bem da Universidade de Santa Cruz do Sul para instituição de VNI na pandemia da Covid-19, a empresa Phillip Morris contribuiu para a medida da geração de imagens acústicas para detecção de fuga aérea nessa interface. Objetivo: Avaliar em bancada de experimento, a detecção de fuga aérea por meio da geração de imagens acústicas e estabelecer análise comparativa entre a máscara de mergulho adaptada e a máscara orofacial convencional para VNI. Método: O ii900 é um Gerador de Imagens Acústicas que detecta e localiza uma assinatura acústica, em que tais assinaturas podem indicar vazamentos em sistemas de ar comprimido ou gases e vácuo. Para obtenção dos certificados, a barra em amarelo N-1 precisa estar dentro da faixa de ruído do vazamento que varia de 5 a 50 Hz, tendo sido possível a geração de dois certificados. A medida da calorimetria foi realizada com o indivíduo utilizando a máscara Owner e a máscara orofacial convencional adaptada à VNI com pressão positiva contínua de 10 cmH2O, sendo obtidas 24 imagens calorimétricas sequenciadas. Em ambas as máscaras, foi adaptado um filtro Heat and Moisture Exchanger (HME) no ramo expiratório das mesmas. Os dados foram analisados por análise comparativa e expressos em valores absolutos. Resultados: A pressão detectada durante a VNI com ambas as máscaras de VNI foi de 9 a 10 cmH2O e, a calorimetria foi mensurada a uma distância de 0,6 metros. A taxa de fuga aérea com o uso da máscara Owner foi de 0,3 L/min e a da máscara orofacial convencional foi de 0,7 l/min. A não detecção de vazamento de ar com o filtro HME diminui o ruído não tendo sido possível indicar a fuga aérea e com a retirada do mesmo, a saída de ar gerou ruído, indicando a saída de ar. Conclusão: A máscara Owner apresentou menor fuga aérea em relação à máscara orofacial convencional e, a continuidade do ensaio clínico faz-se necessária para tornar tal interface, um produto minimamente viável e, para tal, a parceria com empresas é imprescindível.
Apontamentos
- Não há apontamentos.
ISSN 2764-2135