O USO INDISCRIMINADO DOS ANTIMICROBIANOS ÀS TERAPIAS ENDODÔNTICAS

Júlya Napar Borges, Pâmela Inês de Lima, Ilana Pedroso Santos, Jardel Lemes Rodrigues, Sylvia Cristina Muller Souza, Aimee de Souza Campos, Pedro Henrique Ferreira de Menezes, Lucas Vinicios Weiss, Márcia Helena Wagner, Magda de Sousa Reis

Resumo


Introdução: Atualmente muitos cirurgiões dentistas prescrevem antimicrobianos coadjuvantes às terapias endodônticas, porém diversas vezes de forma indevida, pois normalmente não se faz necessário o uso de medicamentos deste porte quando o tratamento endodôntico é realizado com instrumentação adequada, irrigação abundante durante todo o preparo químico cirúrgico e medicação intracanal efetiva entre as sessões. Ainda há formas de potencializar o preparo químico cirúrgico com uso de ultrassom (que aumenta a capacidade de limpeza dos canais radiculares, removendo a camada de detritos que possam ficar retidos na complexa anatomia dos canais radiculares) e otimização de tempo de trabalho com localizador apical eletrônico e instrumentação mecanizada. Além disso, antibióticos afetam a microbiota intestinal, causando a perda da diversidade bacteriana e aumento da resistência aos antibióticos por 6 meses até 2 anos após o tratamento. Objetivo: Apresentar as principais situações diagnósticas que necessitam de prescrição de antibioticoterapia coadjuvante às terapias endodônticas e os riscos do uso inadequado frente à resistência microbiana para os estudantes de Odontologia e cirurgiões dentistas.Metodologia: A pesquisa foi realizada na base de dados do Portal de Periódicos da CAPES com a inclusão de recentes artigos originais, nacionais e internacionais, publicados entre 2018 a 2022. Os descritores utilizados foram: endodontia; antimicrobianos; resistência antimicrobiana. Resultados: As principais patologias que necessitam de intervenção endodôntica e terapia coadjuvante medicamentosa com antibioticoterapia são: abcesso periapical agudo em pacientes clinicamente comprometidos, abcesso com envolvimento sistêmico, infecções progressivas e infecções persistentes. Por outro lado, não há indicação de uso de antibióticos nas seguintes situações diagnósticas: pulpite irreversível sintomática, necrose pulpar, periodontite, apical aguda, abcesso periapical crônico. Conclusão: Há evidências de que os cirurgiões dentistas precisam estar mais atentos aos riscos do uso dos antibióticos de forma indiscriminada como coadjuvante das terapias endodônticas. A comunidade científica tem demonstrado a preocupação e alertado para o risco do desenvolvimento de colônias bacterianas resistentes a antibióticos tanto no indivíduo quanto na comunidade causando sérios problemas para o futuro. Palavras-chave: Antimicrobianos; Odontologia; Endodontia; Antibioticoterapia; Resistência antimicrobiana;

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


ISSN 2764-2135