ECTOPIA RENAL ASSOCIADA À SÍNDROME DE WOLF-HIRSCHHORN: UM RELATO DE CASO

Francieli Markoski, Stéfhani Rehbein, Barbara Taynara Michielin, Renata Manzke, Thaís Fernanda Baier, Anna Lya Assmann da Motta, Anna Lya Assmann da Motta, Luísa Volpato Blasczkiewicz, Catiane Kelly Schaefer, Claus Dieter Dummer

Resumo


Introdução: A Síndrome de Wolf-Hirschhorn (SWH) é uma doença congênita rara que afeta 1 em 20.000-50.000 nascidos vivos, sendo mais frequente nas mulheres. As manifestações clínicas, percebidas nos primeiros anos de vida, incluem deformidades craniofaciais, problemas intelectuais, de crescimento, convulsões, disfunções geniturinárias e cardiovasculares. Assim, é imprescindível que o médico faça o diagnóstico correto, baseado nas características clínicas e confirmado por exames genéticos, para melhorar a qualidade de vida dos seus portadores, por meio da gestão multidisciplinar do tratamento sintomático. Objetivo: Discorrer sobre um caso de ectopia renal esquerda associada a SWH, relacionando-o com os achados da literatura. Metodologia: Trata-se de um relato de caso observado em um consultório médico particular, no ano de 2021. A busca bibliográfica ocorreu nas bases de dados Scielo, Portal de Periódicos da CAPES e PubMed. Resultados: HM, 4 anos e 8 meses, nascida com 37 semanas de gestação, de parto cesáreo, com 2,250kg, 42cm de comprimento e APGAR de 9/10. Durante a gestação não houveram intercorrências nem diagnósticos prévios. Ao nascimento, observou-se fenda palatina, anquiloglossia, comunicação interatrial (CIA) e estenose pulmonar de grau leve, além de alterações esofágicas, problemas no desenvolvimento motor e, inicialmente, agenesia renal esquerda, sendo esta constatada através de ultrassom em 2018. Com 1 ano e 7 meses foi diagnosticada a SWH. O exame físico constatou hipertelorismo ocular e mamário, rebaixamento nasal, ponte nasal curta, fonte aumentada e classificação de Tanner 1. Em agosto de 2021, foi solicitado cintilografia renal com DMSA que evidenciou rim esquerdo ectópico (pélvico) com redução nas dimensões e severo déficit funcional, descartando o diagnóstico inicial de agenesia renal. Clinicamente, a SWH é reconhecida pelas características craniofaciais típicas, sendo a principal a ponte nasal larga em continuidade para a fronte chamada de aparência de capacete do guerreiro grego”. Malformações cardíacas, como alterações septais atriais e ventriculares, estenose pulmonar e persistência do canal arterial associada à insuficiência aórtica, são relatadas em 50% das crianças. As malformações do trato urinário foram descritas em cerca de um terço dos pacientes com SWH, incluindo refluxo vesicoureteral, rim em ferradura, agenesia renal unilateral, displasia cística e oligomeganefronia. Além disso, os pacientes possuem grave atraso no desenvolvimento psicomotor e linguagem limitada. Os sinais clínicos da paciente são característicos, principalmente aqueles relacionados à face, como hipertelorismo ocular, fronte aumentada e fenda palatina. Também possui anormalidades congênitas que são típicas da SWH, como CIA, estenose pulmonar e malformação renal. O seu tratamento envolveu o trabalho de uma equipe multidisciplinar, com pediatra, fonoaudiólogo, gastroenterologista e neurologista. Conclusões: Diante disso, evidencia-se a necessidade de investigação criteriosa de malformações não aparentes do trato urinário em crianças com SWH, além da avaliação e do acompanhamento nefrológico. Ademais, em crianças com SWH, o estudo do cariótipo dos pais deve ser oferecido, bem como grupos de apoio psicossocial envolvendo pais e cuidadores, que podem melhorar o bem-estar e a qualidade de vida, fortalecendo sua rede de apoio social e usando estilos de enfrentamento positivos.

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ISSN 2764-2135