TREINAMENTO E AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DE TÉCNICAS DE REANIMAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA AOS MORADORES DE SANTA CRUZ DO SUL, RS.

Guilherme Danezi Piccini, Doris Medianeira Lazzarotto Swarowsky, João Vitor Milbradt dos Santos, Kascinelle Alessandra Rehbein Kaercher, Victor Göttems Vendrusculo, Laura Schmidt Bronzatto, Gabriel Delai de Freitas, Daryane Haya Mitiko Raupp Sebastião

Resumo


A Parada Cardiorrespiratória (PCR) é definida como o cessar abrupto da atividade miocárdica ventricular útil, associada à ausência de respiração e à perda da consciência. No Brasil, o número de óbitos totais estimado decorrentes de PCR, tanto intra-hospitalar como extra-hospitalar, chega a 280.000 casos por ano. As manobras de reanimação cardiopulmonar, realizadas por qualquer pessoa leiga capacitada, quando iniciadas imediatamente, podem triplicar as chances de sobrevida das vítimas. Todavia, menos de 40% dos casos recebem suporte iniciado por leigos e mais de 90% das pessoas acometidas por PCR vem a óbito antes de chegarem ao pronto atendimento. Frente a esse cenário, a Liga Acadêmica do Trauma da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), projeto de extensão fundado em 2006, com o objetivo de fomentar o estudo e a disseminação do conhecimento de temas relacionados ao atendimento pré-hospitalar e a condutas de trauma, urgência e emergência, desenvolveu a atividade de extensão “Dia da Reanimação Cardiopulmonar”, a fim de ensinar o correto procedimento de manobras de reanimação para a população de Santa Cruz do Sul (RS) em casos de parada cardiorrespiratórias, e contribuir para elevar a sobrevida de uma vítima de PCR.  Nesse contexto, este estudo objetiva avaliar o conhecimento prévio dos participantes, e possibilitar um treinamento contínuo, prático e guiado em habilidades de RCP à comunidade local. Trata-se de estudo descritivo-quantitativo sobre o “Dia da Reanimação Cardiopulmonar”, ação organizada pelos membros da Liga Acadêmica do Trauma, na praça de alimentação do shopping Santa Cruz, Santa Cruz do Sul/RS, no dia 20/08/2022. Com início a partir das 10h e duração até às 22h. Os participantes foram convidados a responder um questionário relacionado aos conhecimentos sobre as condutas de assistência em situações de PCR e, em seguida, instruídos sobre o correto protocolo de ressuscitação cardiopulmonar, segundo a Diretriz de Reanimação Cardiorrespiratória da American Heart Association de 2021. Em seguida, eram direcionados à prática de manobras em manequins de simulação, tanto adultos como pediátricos, com e sem a presença de desfibrilador externo automático (DEA) de treinamento. 51 pessoas participaram das estações de treinamento e 18 responderam ao questionário. Desses, 27,8% (5) afirmaram trabalhar na área da saúde ou já ter contato com instruções de RCP anteriormente, exatamente a mesma porcentagem que relatou já ter presenciado uma PCR. 44,4% (8) mencionaram não saber o que é um DEA e 72,2% não se sentiriam seguros para iniciar uma RCP. 100% (18) dos participantes avaliaram a atividade como útil e consideraram esse conhecimento fundamental para a população. Devido ao alto índice de PCR no meio extra-hospitalar, a importância do leigo em reconhecer e atuar nessa situação é fundamental para melhorar o prognóstico da vítima. No entanto, percebeu-se que a maioria da amostra estudada não estava capacitada ou não se sentia segura para atuar em uma situação de PCR. Por isso, destaca-se a importância da capacitação contínua e de atividades de extensão, como a Liga do Trauma da UNISC, capazes de dialogar com a comunidade através de ações disseminadoras de conhecimento, de forma pública, frequente e escalável e possibilitar a prática de habilidades por meios simulados e realísticos, com potencial de salvar vidas quando aplicadas corretamente em contexto real.

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ISSN 2764-2135