AVALIAÇÃO DOS PROTOCOLOS DE ANTIBIOTICOTERAPIA ADOTADOS PELOS ENDODONTISTAS DA REGIÃO SUL DO RIO GRANDE DO SUL

Luana Raiter Zucuni, Pedro Henrique Ferreira de Menezes, Júlia Valkimil Tavaniello, Fernanda Geraldo Pappen, Márcia Helena Wagner, Magda de Sousa Reis

Resumo


Introdução: Apesar de todos os benefícios dos antibióticos, o uso indiscriminado destes fármacos criou um grande problema, a resistência bacteriana. Isto por que, além do uso excessivo, muitas vezes os antibióticos ainda são ingeridos em doses e intervalos irregulares. Saber deste fato é importante para gerar estratégias que contribuam para diminuir tal condição. Como consequência, a resistência bacteriana pode diminuir a eficácia do antibiótico, demandando a administração de fármacos de segunda geração, que comumente são mais caros e tóxicos, causando danos ao paciente e aumentando para ele e para o sistema de saúde o tempo e as despesas de hospitalização, quando necessários, gerando uma problemática mundialmente pertinente. Objetivos: O presente estudo teve como objetivo avaliar a prescrição de antibióticos sistêmicos para diversas patologias endodônticas, desde pulpite reversível até abcesso periapical agudo, pelos endodontistas da região sul do Rio Grande do Sul. Metodologia: Na amostra, 22 endodontistas responderam a um questionário objetivo on-line. Os dados obtidos foram automaticamente computados pelo programa usado no desenvolvimento do questionário, assim como a análise estatística também foi feita através deste. Resultados: Apesar de baixos percentuais, houveram prescrições em casos de pulpite reversível, irreversível, periodontite apical sintomática e abcesso periapical crônico. Em abcesso periapical agudo que não foi possível realizar a drenagem, 40,9% dos endodontistas responderam sempre prescrever antibioticoterapia. Em pacientes saudáveis, que foi possível drenar o abcesso, 45,5% relataram prescrever antibioticoterapia. Quando o paciente tem comprometimentos sistêmicos e foi possível drenar o abcesso, 100% dos endodontistas responderam que prescrevem a antibioticoterapia. A maioria dos endodontistas prescrevem antibióticos por 7 dias. O antibiótico de primeira escolha, prescrito em 45,4% dos casos, foi a amoxicilina. Após a prescrição de antibióticos, 81,8% dos profissionais chamam seus pacientes para avaliar a remissão dos sinais e sintomas. Para pacientes com válvulas cardíacas protéticas, endocardite bacteriana prévia, entre outros problemas de ordem sistêmica, 90,9% dos endodontistas respondeu fazer a prescrição de profilaxia antimicrobiana. Conclusão: Concluiu-se que a prescrição de antibióticos pelos endodontistas pesquisados, em boa parte das situações não está congruente com a literatura científica atual e que são necessários mais estudos para chegar a um consenso e poder estabelecer protocolos para que a prescrição destes fármacos seja feita de forma mais consciente, contribuindo assim para a redução do uso indiscriminado dos antibióticos.

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ISSN 2764-2135