AVALIAÇÃO DOS PROTOCOLOS DE ANTIBIOTICOTERAPIA ADOTADOS PELOS ENDODONTISTAS DA REGIÃO SUL DO RIO GRANDE DO SUL
Resumo
Introdução: Apesar de todos os benefícios dos antibióticos, o uso indiscriminado destes fármacos criou um grande problema, a resistência bacteriana. Isto por que, além do uso excessivo, muitas vezes os antibióticos ainda são ingeridos em doses e intervalos irregulares. Saber deste fato é importante para gerar estratégias que contribuam para diminuir tal condição. Como consequência, a resistência bacteriana pode diminuir a eficácia do antibiótico, demandando a administração de fármacos de segunda geração, que comumente são mais caros e tóxicos, causando danos ao paciente e aumentando para ele e para o sistema de saúde o tempo e as despesas de hospitalização, quando necessários, gerando uma problemática mundialmente pertinente. Objetivos: O presente estudo teve como objetivo avaliar a prescrição de antibióticos sistêmicos para diversas patologias endodônticas, desde pulpite reversível até abcesso periapical agudo, pelos endodontistas da região sul do Rio Grande do Sul. Metodologia: Na amostra, 22 endodontistas responderam a um questionário objetivo on-line. Os dados obtidos foram automaticamente computados pelo programa usado no desenvolvimento do questionário, assim como a análise estatística também foi feita através deste. Resultados: Apesar de baixos percentuais, houveram prescrições em casos de pulpite reversível, irreversível, periodontite apical sintomática e abcesso periapical crônico. Em abcesso periapical agudo que não foi possível realizar a drenagem, 40,9% dos endodontistas responderam sempre prescrever antibioticoterapia. Em pacientes saudáveis, que foi possível drenar o abcesso, 45,5% relataram prescrever antibioticoterapia. Quando o paciente tem comprometimentos sistêmicos e foi possível drenar o abcesso, 100% dos endodontistas responderam que prescrevem a antibioticoterapia. A maioria dos endodontistas prescrevem antibióticos por 7 dias. O antibiótico de primeira escolha, prescrito em 45,4% dos casos, foi a amoxicilina. Após a prescrição de antibióticos, 81,8% dos profissionais chamam seus pacientes para avaliar a remissão dos sinais e sintomas. Para pacientes com válvulas cardíacas protéticas, endocardite bacteriana prévia, entre outros problemas de ordem sistêmica, 90,9% dos endodontistas respondeu fazer a prescrição de profilaxia antimicrobiana. Conclusão: Concluiu-se que a prescrição de antibióticos pelos endodontistas pesquisados, em boa parte das situações não está congruente com a literatura científica atual e que são necessários mais estudos para chegar a um consenso e poder estabelecer protocolos para que a prescrição destes fármacos seja feita de forma mais consciente, contribuindo assim para a redução do uso indiscriminado dos antibióticos.
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ISSN 2764-2135