NARRATIVAS JUVENIS SOBRE A EXPERIÊNCIA COM O NOVO ENSINO MÉDIO

Ana Carolina da Silva Pereira, João Henrique Orique de Medeiros, Júlia Marini Signori, Éder da Silva Silveira

Resumo


O objetivo deste estudo é compreender o que narram os(as) jovens sobre a experiência como alunos(as) de uma escola-piloto do novo Ensino Médio na rede pública estadual de ensino no estado do Rio Grande do Sul. Trata-se de uma pesquisa qualitativa cujo principal instrumento de produção de dados foi um questionário impresso composto por 15 questões abertas e fechadas aplicadas em todas as turmas de Ensino Médio da escola participante, devido às dificuldades de acesso à internet. Os procedimentos éticos adotados incluíram a apresentação e discussão do instrumento de pesquisa em reunião realizada na instituição com a direção e membros do grupo de pesquisa. Em conformidade com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado entre as partes, foi mantido o anonimato de todos os participantes e da escola. Considerando o número total de alunos matriculados, 90 questionários foram impressos, porém, no momento de sua aplicação, apenas 49 foram respondidos, tendo em vista os estudantes infrequentes. As respostas foram digitadas em um segundo instrumento de análise construído no Excel,  composto por 13 planilhas distintas. Na primeira concentraram-se os dados referentes ao Novo Ensino Médio; na segunda, informações sobre o abandono escolar; na terceira, as respostas de espaço livre que constou no questionário aplicado. A quarta tabela destinou-se ao conhecimento sobre o itinerário cursado pelo aluno entrevistado e a quinta sobre a escolha desse itinerário. No que tange à necessidade e às dificuldades do Novo Ensino Médio, foram organizadas a quinta e sexta tabelas. Sobre o componente curricular “Projeto de Vida”, a perspectiva de futuro do aluno e suas expectativas em comparação com a realidade vivida no NEM, foram destinadas a sétima, oitava e nona. Em relação às mudanças na estrutura física da escola, preparação e compreensão dos professores sobre as novas disciplinas do currículo, os dados foram fragmentados e categorizados nas tabelas de número nove a doze. A décima terceira agrupou as respostas sobre o questionamento referente às disciplinas que os discentes apontaram não considerar relevantes. Após a aplicação e análise dos questionários, realizou-se um grupo focal na escola com 5 jovens que participaram da primeira etapa da pesquisa e manifestaram interesse em dialogar sobre a temática. Os resultados parciais sinalizam que 81,6% dos(as) alunos(as) não souberam informar o itinerário formativo que estão cursando, comparado a 4,1% dos que responderam ser sustentabilidade. Quando perguntados se este havia sido uma escolha, 77,6% não responderam ou não souberam responder; 20,4% disseram que não haviam escolhido e 2% responderam que o itinerário havia sido escolhido em uma gincana. Apenas 12 alunos (24,5%) consideraram que a reforma curricular  do NEM era necessária. Em relação ao que tem sido estudado no componente curricular Projeto de Vida, os resultados foram bastante variados, obtendo-se respostas desde narrativas sobre si/autoconhecimento, tarefas do dia a dia, projeto profissional, estudos sobre os povos indígenas, relações interpessoais e trabalhos manuais em argila. É possível inferir que há um sentimento de frustração dos estudantes com esta disciplina. No grupo focal, os participantes destacaram, ainda, suas angústias sobre não sentirem-se preparados para a realização do ENEM devido à diminuição da carga horária de disciplinas de formação básica, à experiência de dois anos do NEM na pandemia e outras questões sociais.    


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ISSN 2764-2135