PERFIL DAS VÍTIMAS E DA MAIOR DEFICIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE MONTENEGRO AO ATENDIMENTO ÀS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Joseane Medtler de Oliveira, Caroline Fockink Ritt

Resumo


O presente resumo trata acerca do perfil das vítimas e da maior deficiência do Município de Montenegro ao atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica. Através dos atendimentos realizados no PROJETO DE EXTENSÃO: ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR – Direitos e Garantias legais da Mulher Agredida, o qual vem sendo executado em parceria da UNISC (campi Montenegro) com a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) podemos verificar que o perfil da maioria das mulheres atendidas tem estabilidade financeira, possuem filhos com os agressores, já realizaram mais de um registro e o que mais se destaca é dependência emocional que prendem elas aos agressores. Isso porque eles exercem um poder de persuasão fortíssimo em torno das vítimas, o que fazem com que elas acreditem que eles são os homens de suas vidas e as fazem acreditar que são culpadas pela violência que sofrem, e, inclusive que eles fazem para o bem delas e que elas devem mudar suas atitudes para que não sejam ofendidas e agredidas novamente. Logo, a vítima fica presa no conhecido ciclo da violência doméstica gerando dor e sofrimento à toda família. No Município de Montenegro existe uma rede de apoio chamado Mulher Protegida, a qual são realizadas reuniões mensais e a última realizada no Fórum desta Comarca o projeto participou contando com a presença de todas as autoridades envolvidas DEAM, OAB, Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, CRAS, CREAS, Patrulha Maria da Penha, CUFA, Hospital Montenegro, Assistência Social de Montenegro, UNISC, Cejusc, Secretaria Municipal de saúde, vereadores e outros. Diante deste encontro foram demandados vários assuntos, entre o mais importante foi a deficiência do Município em contar com acolhimento, atendimento psicológico e alojamento para as vítimas de violência doméstica aos finais de semana, uma vez que é o período da semana onde ocorrem o maior número registros e as vítimas muitas vezes por não terem para onde ir, sozinhas ou com seus filhos, acabam retornando ao lar e convivência do agressor e por sua vez correndo mais risco de novas agressões, até mesmo chegar ao feminícidio, e o pior muitas vezes em frente das crianças. Conclui-se, por sua vez, que o Município de Montenegro tem o dever de elaborar políticas públicas mais efetivas neste período dos finais de semana, com servidores que prestem atendimentos por meio de plantões, por exemplo, ou capacitar servidores para que estejam disponíveis aos finas de semanas, tendo em vista a segurança das mulheres vítimas de violência doméstica e sua prole, para assim, essas mulheres terem, de fato seus direitos e garantias constitucionais assegurados.


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ISSN 2764-2135