ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS E DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO DAS EMPRESAS LISTADAS NO SETOR DE MATERIAIS BÁSICOS DA B3 ENTRE 2016-2020

Luise Radaelli Piovesana, Clari Schuh

Resumo


Em decorrência da globalização e preocupação socioambiental, e consequentemente da competitividade acirrada do mercado, as empresas necessitam elaborar uma estratégia empresarial que crie valor para os seus clientes, aplicando de maneira eficaz os recursos escassos disponíveis, permanecendo competitivos e evitando a obsolescência de seus produtos e serviços. Considerando o domínio de produto e mercado, o sistema técnico e a estrutura e processo organizacional, as empresas podem adotar uma estratégia defensora, prospectora, analisadora ou reativa (MILES; SNOW; MEYER; COLEMAN JR, 1978). O defensor busca ser o melhor em seu estreito segmento de mercado, valorizando a eficiência. O prospector é impulsionado pela inovação, buscando novos mercados em seu ambiente dinâmico. As empresas com características analíticas sabem operar em mercados dinâmicos e estáveis, equilibrando inovação com lucro e, por fim, a empresa reativa é aquela que vive em um estado de instabilidade contínua, se comportando de forma impulsiva aos eventos do mercado. O resultado desta estratégia reflete nas demonstrações contábeis, abrangendo tanto os aspectos econômicos quanto financeiros da atividade. Neste contexto, a fim de correlacionar estratégia com desempenho, este estudo buscou responder o quanto as  estratégias competitivas explicam o desempenho econômico-financeiro das empresas listadas no setor de materiais básicos da B3 S.A – Brasil, Bolsa e Balcão Companhia, responsável por gerar bens intermediários para a produção dos demais setores, impactando a cadeia econômica de forma sistêmica. Através dos relatórios empresariais, foi possível observar que as estratégias mais identificadas foram a prospectiva e a analítica, e que a partir de 2019 algumas empresas apresentaram um perfil mais defensivo e reativo. Cabe ressaltar que a estratégia defensiva é viável em segmentos estáveis como o setor de consumo não cíclico e de materiais básicos e as indústrias de processamento de alimentos, pois dificilmente terão seus serviços interrompidos. Porém, ela é desaconselhável para indústrias instáveis como a de eletrônicos pela mudança tecnológica e pela incapacidade de responder a essas mudanças. Já o reativo é uma estratégia residual que surge quando uma das três estratégias anteriores é indevidamente perseguida, seja pela falta de clareza na articulação da estratégia organizacional, pela inadequação da estratégia escolhida e por se manter estática perante as mudanças nas condições ambientais (Miles, Snow, Meyer e Coleman Jr., 1978). A fim de verificar se as estratégias competitivas explicam o desempenho das empresas do estudo, foi aplicado sobre os indicadores econômico-financeiros o teste não-paramétrico de Kruskal Wallis, em que foi possível associar as escolhas estratégicas que a empresa adota e o seu desempenho, com um nível de significância de 1% para os indicadores de liquidez corrente (LC) e liquidez seca (LS) e de 10% para o indicador de rentabilidade do patrimônio líquido (ROE).



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ISSN 2764-2135