O USO DO TEATRO COMO FERRAMENTA DE ENSINO DE HISTÓRIA NA EMEF MENINO DEUS
Resumo
Este trabalho tem como finalidade apresentar o ensino de história através da
linguagem cênica. Esta comunicação visa apresentar a experiência obtida pela
bolsista de Iniciação à Docência com alunos do 4º ano da EMEF Menino Deus. A
escola está situada na periferia da cidade de Santa Cruz do Sul. O trabalhou
encontra-se em fase inicial, tendo iniciado em maio de 2015. Muito além do
entretenimento, o teatro, como ferramenta pedagógica, pode ser uma rica forma
de aprendizagem quando usado de forma transversal no ensino de diversas áreas
do conhecimento. Aqui, especificamente, tratamos do ensino de história. De forma
lúdica e dinâmica, a linguagem cênica possibilita que as informações sejam
processadas pelos alunos de forma diferente do convencional e entendidas de
forma mais crítica, trazendo o contexto histórico trabalhado para uma realidade
mais próxima do aluno, dinamizando seu conhecimento e tornando-o parte da
historia tratada. A oficina se propõe a despertar nos alunos seu potencial criativo,
dinâmico e artístico. Também tem o objetivo de usar de recursos disponíveis nas
artes cênicas como ferramenta educacional. Aplicada de forma ludo pedagógica,
a oficina acaba por trabalhar fatores como autoestima, sociabilidade, desinibição,
respeito, senso de coletividade, crítica e autocrítica e disciplina. No teatro
acabamos por nos debruçar no Teatro do Oprimido, do teatrólogo Augusto Boal,
que escreveu vários artigos sobre sua visão do caráter coercitivo do teatro das
classes dominantes sobre as classes oprimidas. Esses artigos foram publicados
entre 1962 e 1973 e reunidos em sua obra “Teatro do oprimido e outras poéticas
Universidade de Santa Cruz do Sul – Santa Cruz do Sul/RS
políticas”, em 1983. Segundo Boal, o Teatro do Oprimido pode ser considerado
um método teatral que reúne exercícios, jogos e técnicas cênicas. Seus principais
objetivos são a democratização dos meios de produção teatrais, o acesso das
camadas sociais oprimidas pela exploração capitalista a esses meios e a
transformação da realidade através do diálogo e do teatro. Nesse último ponto é
que o teatro de Boal torna-se relevantemente, diferente do teatro do alemão
Bertold Brecht (1898 – 1956), por exemplo. Boal propõe a transposição da
barreira ator/espectador, o que vai muito além do fim da divisão palco/plateia
proposta por Brecht.
Segundo Augusto Boal, dessa forma o teatro passa a ser uma ferramenta de
transformação social e política e não um mero “motivador”, transforma-se em uma
ação concreta, exigindo que os espectadores façam parte da atuação e simulem
nela a libertação de suas mentes e corpos, escravizados pela anestesia política e
suas anomalias sociais provocadas pela exploração no trabalho e opressão do
sistema vigente. Sendo assim, os alunos observam o contexto em que vivem e
conseguem ter uma analise crítica disso, o que proporciona debates sobre temas
sociais dentro do seu cotidiano. As atividades realizadas todas as terças-feiras
consistiram inicialmente em praticar exercícios de expressão corporal e facial,
jogos e exercícios cênicos, pesquisa e investigação teatral e exercícios de
percepção motora e sensorial (memória física e mental), dando assim uma breve
introdução a essa linguagem e trazendo o entendimento dela. Numa segunda
fase inseriu-se temas históricos como a história do negro no Brasil, e
posteriormente no Rio Grande do Sul (Mulher negra e seu protagonismo,
movimentos sociais, movimento negro, cultura negra, lendas, racismo atual, cotas
raciais, visibilidade do negro, empoderamento da criança negra) fazendo a ligação
do período histórico com o tempo presente, sempre trabalhando com os alunos a
ligação do tema tratado com a atualidade. Mesmo em fase embrionária, percebese
uma grande evolução no desenvolvimento dos alunos, seja ele físico
(entendendo seu corpo como elemento de expressão) ou mental (entendendo o
contexto em que vivem de maneira ludo pedagógica e associando temas
históricos automaticamente).
linguagem cênica. Esta comunicação visa apresentar a experiência obtida pela
bolsista de Iniciação à Docência com alunos do 4º ano da EMEF Menino Deus. A
escola está situada na periferia da cidade de Santa Cruz do Sul. O trabalhou
encontra-se em fase inicial, tendo iniciado em maio de 2015. Muito além do
entretenimento, o teatro, como ferramenta pedagógica, pode ser uma rica forma
de aprendizagem quando usado de forma transversal no ensino de diversas áreas
do conhecimento. Aqui, especificamente, tratamos do ensino de história. De forma
lúdica e dinâmica, a linguagem cênica possibilita que as informações sejam
processadas pelos alunos de forma diferente do convencional e entendidas de
forma mais crítica, trazendo o contexto histórico trabalhado para uma realidade
mais próxima do aluno, dinamizando seu conhecimento e tornando-o parte da
historia tratada. A oficina se propõe a despertar nos alunos seu potencial criativo,
dinâmico e artístico. Também tem o objetivo de usar de recursos disponíveis nas
artes cênicas como ferramenta educacional. Aplicada de forma ludo pedagógica,
a oficina acaba por trabalhar fatores como autoestima, sociabilidade, desinibição,
respeito, senso de coletividade, crítica e autocrítica e disciplina. No teatro
acabamos por nos debruçar no Teatro do Oprimido, do teatrólogo Augusto Boal,
que escreveu vários artigos sobre sua visão do caráter coercitivo do teatro das
classes dominantes sobre as classes oprimidas. Esses artigos foram publicados
entre 1962 e 1973 e reunidos em sua obra “Teatro do oprimido e outras poéticas
Universidade de Santa Cruz do Sul – Santa Cruz do Sul/RS
políticas”, em 1983. Segundo Boal, o Teatro do Oprimido pode ser considerado
um método teatral que reúne exercícios, jogos e técnicas cênicas. Seus principais
objetivos são a democratização dos meios de produção teatrais, o acesso das
camadas sociais oprimidas pela exploração capitalista a esses meios e a
transformação da realidade através do diálogo e do teatro. Nesse último ponto é
que o teatro de Boal torna-se relevantemente, diferente do teatro do alemão
Bertold Brecht (1898 – 1956), por exemplo. Boal propõe a transposição da
barreira ator/espectador, o que vai muito além do fim da divisão palco/plateia
proposta por Brecht.
Segundo Augusto Boal, dessa forma o teatro passa a ser uma ferramenta de
transformação social e política e não um mero “motivador”, transforma-se em uma
ação concreta, exigindo que os espectadores façam parte da atuação e simulem
nela a libertação de suas mentes e corpos, escravizados pela anestesia política e
suas anomalias sociais provocadas pela exploração no trabalho e opressão do
sistema vigente. Sendo assim, os alunos observam o contexto em que vivem e
conseguem ter uma analise crítica disso, o que proporciona debates sobre temas
sociais dentro do seu cotidiano. As atividades realizadas todas as terças-feiras
consistiram inicialmente em praticar exercícios de expressão corporal e facial,
jogos e exercícios cênicos, pesquisa e investigação teatral e exercícios de
percepção motora e sensorial (memória física e mental), dando assim uma breve
introdução a essa linguagem e trazendo o entendimento dela. Numa segunda
fase inseriu-se temas históricos como a história do negro no Brasil, e
posteriormente no Rio Grande do Sul (Mulher negra e seu protagonismo,
movimentos sociais, movimento negro, cultura negra, lendas, racismo atual, cotas
raciais, visibilidade do negro, empoderamento da criança negra) fazendo a ligação
do período histórico com o tempo presente, sempre trabalhando com os alunos a
ligação do tema tratado com a atualidade. Mesmo em fase embrionária, percebese
uma grande evolução no desenvolvimento dos alunos, seja ele físico
(entendendo seu corpo como elemento de expressão) ou mental (entendendo o
contexto em que vivem de maneira ludo pedagógica e associando temas
históricos automaticamente).
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