EDUCAÇÃO EM SAÚDE SEXUAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA ATIVIDADE DESENVOLVIDA EM DUAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL - RS

JOSE LUIZ TESSAROLO, CLAUCEANE VENZKE ZELL, FERNANDA GIACOMINI, LAURA WEBER LUCA, LEONARDO SILVEIRA NASCIMENTO, MATHEUS FILIPE HAESER, VICTORIA TELES FRANCA

Resumo


INTRODUÇÃO: O presente trabalho é a um relato de experiência de uma atividade de educação em saúde sexual vivenciada por estudantes do curso de Medicina da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC. A temática foi adotada a partir da demanda de formas alternativas de se trabalhar a sexualidade com jovens, conforme relatado pelas agentes comunitárias de saúde das Estratégias Saúde da Família, que atuam nas áreas estudadas. Referências apontam que adolescentes detêm maior domínio sobre o tema sexualidade que os pais, porém, não o suficiente para um comportamento sexual seguro. Assim, a orientação sexual em suas diversas formas deve ser adotada, visando à diminuição dos casos de gravidez precoce, de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e para que todos os questionamentos existentes sejam sanados de forma adequada, levando ao pleno desenvolvimento sexual saudável. OBJETIVO: Relatar uma experiência em atividade de educação em saúde sobre sexualidade, cuidados com o corpo, higiene íntima, anticoncepção, DSTs e gravidez na adolescência. METODOLOGIA: A atividade foi desenvolvida em novembro de 2014 em duas escolas da rede pública de ensino de Santa Cruz do Sul, uma no bairro Margarida Aurora e outra no bairro Menino Deus, contou com 132 estudantes e foram planejadas e implementadas por seis alunos do curso de Medicina da UNISC. Primeiramente, os acadêmicos se apresentaram aos alunos, explicando a atividade e convidando-os a escrever, de forma anônima, suas dúvidas a respeito do tema, as quais deveriam ser depositadas em uma caixa localizada na secretaria de cada escola, durante um período de sete dias. Na semana seguinte, em cada instituição, os acadêmicos proferiram uma palestra sobre os temas abordados e realizaram uma oficina instruindo os alunos a colocarem corretamente os preservativos masculino e feminino em modelos anatômicos da genitália de ambos os sexos. Após, os mentores abriram a caixa e responderam a todas as perguntas ali existentes. Houve também a distribuição de preservativos e de quatro folders, sendo um deles confeccionado pelos próprios acadêmicos, contendo os assuntos abordados na palestra, e os demais de autoria do Ministério da Saúde. RESULTADOS: O tema predominante nas perguntas foi o desenvolvimento da sexualidade, que representou um total de 26, 50% dos questionamentos. Dúvidas sobre o ato sexual apareceram em segundo lugar (18, 36%), seguidas das indagações sobre gravidez (14, 28%), masturbação (10, 20%) e primeira relação sexual (10, 20%), ciclo menstrual (8, 16%) e anticoncepção (8, 16%). A temática DSTs foi a menos questionada durante a atividade (4%). Verificou-se, também, maior interesse dos adolescentes em relação a questionamentos sobre os desdobramentos da sexualidade nessa faixa etária. Como visto na literatura, para os jovens existem raras oportunidades de discussão a respeito de sexualidade e de esclarecer dúvidas, devido ao fato de os pais não estarem bem preparados ou de a escola abordar pouco ou de forma não muito atrativa a temática. CONCLUSÃO: Medidas estratégicas que criem um ambiente favorável, que transmita segurança para o adolescente são fundamentais, para sanar todos os questionamentos existentes nessa faixa etária. Afinal, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, a orientação sexual deve ser trabalhada durante todos os ciclos de escolarização, principalmente em virtude do crescimento de gravidez indesejada entre adolescentes e do risco de contaminação por DSTs.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.