EFICÁCIA DOS ENFAIXAMENTOS DE COTO DE AMPUTAÇÃO EM UM SERVIÇO DE REABILITAÇÃO FISICA
Resumo
INTRODUÇÃO: O coto de amputação ou membro residual é a parte de um membro, seja inferior ou superior, que restou após a realização do processo de amputação, processo que ocorre por diversas etiologias, tais como: traumáticas, vasculares, iatrogênicas, neuropáticas, entre outras. As intercorrências pós-amputação são muitas e merecem cuidado efetivo e permanente da equipe de saúde que assiste as pessoas amputadas. Ressalta-se que o edema no coto é uma das complicações mais comuns e que interfere na reabilitação do amputado em todos os níveis, desde a funcionalidade para pequenas atividades até o desenvolvimento da marcha (quando possível). Por outro lado, existem técnicas e métodos para conter, diminuir e manter as condições necessárias para avançar na reabilitação, uma dessas técnicas, que vem sendo instigada pelo Serviço de Reabilitação Física (SRFis), é o enfaixamento. Esta técnica é utilizada desde o pós-operatório imediato, por meio de faixas de crepe em "forma de oito" ou em "escama de peixe", passando para utilização das faixas elásticas após a retirada dos pontos, sempre com cautela e levando em conta o estado geral do amputado. O grande benefício da faixa compressiva reside na melhora da circulação, diminuição do edema (inchaço), especialmente no coxim terminal, além de mantê-lo em forma cônica ou cilíndrica para uma possível protetização. Objetivos: Frente à existência de dois tipos de enfaixamento de coto, e a controvérsia entre eles, o SRFis, por ser um serviço de referências à rede de reabilitação física para 68 municípios, está desenvolvendo uma pesquisa com seus usuários, cujos objetivos são: verificar qual o enfaixamento com maior eficácia para pacientes amputados de membros inferiores, independente do nível de amputação, e padronizar, a partir dos resultados, a técnica do enfaixamento mais eficaz. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo comparativo entre dois grupos de amputados, que tem intuito de avaliar através da perimetria a eficácia do enfaixamento após duas horas de uso, sendo que um grupo fará o enfaixamento em "forma de oito" e o outro em "escama de peixe". Essa avaliação será realizada com fita métrica comum, tendo como parâmetros a espinha ilíaca ântero-superior e medindo de 10 cm em 10 cm para ambos membros inferiores. Participarão desse estudo amputados transtibiais, desarticulação de joelho e amputados transfemurais, de ambos os sexos, faixa etária entre 18 e 60 anos, sem restrições às etiologias que levaram à amputação. Contudo, não farão parte desse estudo pacientes com amputação em nível de pelve, devido ao ponto de referência perimétrica ser igual para todos e pacientes com obesidade mórbida. Primeiramente, será realizada uma medida antes do enfaixamento e uma após duas horas de uso para os dois tipos: escama de peixe e em oito. Por fim, os dois grupos serão comparados entre si a partir da segunda perimetria, sendo a unidade de medida dada em centímetros. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Devido ao fato de a pesquisa estar em andamento, julga-se precoce a socialização dos dados, mas percebe-se, mesmo que de maneira informal, o enfaixamento é importante para moldagem e maturação do coto desde que realizado de forma correta e diária. A partir da catalogação dos dados será proposta a padronização do tipo de enfaixamento e a capacitação da equipe que compõe o SRFis, uma vez que o edema é um fator negativo ao processo de protetização e independência da pessoa amputada.
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