TECNOLOGIA ASSISTIVA: PENSANDO E FAZENDO INTEGRALIDADE EM SAÚDE
Resumo
Introdução: Pensar a Tecnologia Assistiva (TA) como instrumento da integralidade em saúde reside num processo continuado que a equipe do Serviço de Reabilitação Física-SRFis vem perseguindo com o fito de compreender além da dimensão conceitual e criar alternativas de planejamento, desenvolvimento e execução e ou adaptações de TA, a partir da realidade das pessoas com deficiência atendidas no referido Serviço. Esse trabalho é o resultado de uma reflexão realizada a partir Grupo tutorial "Habilidades de Comunicação e práticas integrativas na acessibilidade e inclusão no processo de trabalho às pessoas com deficiência", vinculado ao Programa de Educação para o Trabalho em Saúde - PETSAÚDE, realizado no SRFis, em diálogo com o Núcleo de Tecnologia Assistiva da UNISC. Trata-se de um trabalho que envolve o exercício da práxis profissional no âmbito da formação e da atenção em saúde, interfaceado ao princípio da integralidade em saúde, ou seja, transcender os limites instituídos a partir do acesso a órteses e próteses e adentrar no campo da comunicação foco do Programa PET Saúde. Objetivos: Mapear a conceituação de TA para usuários do SRFis e Identificar e desenvolver TA, ou sua adaptação, para esses usuários. Metodologia: Trata-se de estudo piloto sobre a identificação, planejamento e execução de TA às pessoas com deficiência usuárias do SRFis no ano de 2014. Inicialmente, realizou-se um mapeamento conceitual, a partir de referências bibliográficas, de modo a comparar seu avanço e associar às necessidades demandadas pelos usuários do serviço. Como técnicas, adotou-se a observação, a análise dos Projetos Terapêuticos Individualizados, a avaliação funcional através da atividade de triagem. A partir da identificação, a equipe planejou e desenvolveu a operacionalidade instrumental de cada caso, criando possibilidades para atender necessidades individuais. Resultados: Em 2014, foram identificados três usuários com necessidades diferentes, dois homens e uma mulher, cuja faixa etária variou entre 19 e 32 anos. Para o paciente "A" (diagnóstico de tetraplegia por lesão medular), a TA destinou-se à melhora da comunicação eletrônica; para o "B" (diagnóstico de paralisia cerebral tetraplégica espástica), o entretenimento nos jogos e, para o "C" (diagnóstico de artrite reumatóide), facilitar a atividade de vida diária - AVD. Após compreensão conceitual, o planejamento, desenvolvimento e a construção da respectiva TA possibilitaram ao paciente "A" o uso de teclado para digitação, necessário em seu ambiente de trabalho; ao "B", movimentação ativa, através de controle mentoniano, visto que ele tem os quatro membros acometidos pela lesão cerebral, já ao "C", a oportunidade de vestir suas meias, sendo este o único AVD que não executava esta atividade independentemente até então. O fragmento do relato do paciente "B", em relação à TA e suas adaptações demonstra a importância deste recurso para o seu desenvolvimento: "Durante a minha vida eu nunca controlei alguma coisa com o meu corpo. Hoje eu controlo o jogo, isso me dá muito orgulho", relatou. A relação que se estabelece entre TA e reabilitação do usuário pode e está implicada à qualidade de vida, cuja autonomia concretizando-se no acesso ao direito a uma vida melhor. Considerações: Observa-se que o aprender/apreender, bem como desenvolver sua operacionalidade como expressão da práxis, traduz o produto esperado para docentes, discentes e usuários; um compromisso com a vida cidadã nas diferentes esferas da
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