LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO EM ARÉA DE MATA CILIAR NA MARGEM ESQUERDA DO RIO JACUÍ - RIO PARDO - RS
Resumo
O presente trabalho teve como objetivo realizar um levantamento fitossociológico de espécies na mata ciliar, vegetação que acompanha as margens dos rios, nascentes ou outros tipos de cursos de água, que se caracteriza por acompanhar e proteger os mananciais. O levantamento foi realizado no Rio Jacuí, em uma área de 1.500 metros, utilizando-se o método de parcelas, no balneário Porto das Mesas, que está localizado na margem esquerda do rio, no interior do município de Rio Pardo, Rio Grande do Sul - Brasil, nas coordenadas 29°56'18.51''S e 52°19'01.01''O. As atividades de campo foram realizadas entre os meses de setembro e dezembro de 2014 e mensurados todos os indivíduos com perímetro na altura do peito (PAP) igual ou superior a sete centímetros, os quais foram devidamente registrados e tiveram seus dados fitossociológicos anotados. Também houve cálculos dos parâmetros fitossociológicos, que geraram índices de valores de importância (IVI) e de cobertura (IVC), densidade absoluta, densidade relativa, frequência absoluta, frequência relativa, dominância absoluta e dominância relativa. Ao total, foram amostrados 156 indivíduos, pertencentes a 32 espécies distribuídas entre dezesseis famílias botânicas. A espécie que apresentou maior IVI foi Luehea divaricata com 34, 2%, seguida da Gymnanthes concolor com 7, 94% e Inga sessilis com 7, 07%. Estas espécies também presentaram o maior número de indivíduos, bem como os maiores índices de frequência, dominância e densidade. A Luehea divaricata é uma árvore típica de solos aluviais das bacias hidrográficas, constitui-se em uma espécie emergente nas florestas ribeirinha, já a Gymnanthes concolor é comum no processos de agrupamentos em pequenas manchas; é uma espécie de pequeno porte e tolerante à sombra e o Inga sessilis, uma espécie preferencialmente de beira de rios, lagos e reservatórios, é indicado para a recuperação de áreas úmidas degradas, além de ser importante frutífera para a fauna. As famílias mais representativas em número de indivíduos foram Euphorbiaceae, com 46, Myrtaceae, com 26 e Tiliaceae, com 23; estas famílias botânicas são importantes e comuns na formação vegetal ciliar do Rio Grande do Sul. A partir deste estudo, foi possível verificar que o ambiente sofre ação antrópica, evidenciada pelo processo de erosão no local, mas não há interferência de espécies exóticas, ocorrendo o predomínio de espécies nativas, levando à compreensão de que, por mais que haja utilização da área para veraneio, ainda não há interferência na composição vegetal.
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