DIAGNÓSTICO DE ATIVIDADE: INSERÇÃO DE ATIVIDADES PRÁTICAS NA DISCIPLINA DE FÍSICA AOS ALUNOS DA EJA DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE SANTA CRUZ DO SUL

CARLA CRISTINA KLEIN CREMONESE, CLAUDIA MENDES MAHLMANN

Resumo


A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino regimentada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB 9394/96, e prevê que pessoas que passaram da idade regular de ensino, concluam a Educação Básica em menor período que o estimulado pelo MEC. As disciplinas seguem com redução de carga horária e conteúdo e o trabalho em sala de aula é baseado em um currículo enxuto e teórico. A disciplina de Física compreende fenômenos teórico-práticos e carrega conhecimentos matemáticos. O professor não dispõe de tempo útil para diversificar as aulas e a prática experimental em sala de aula se torna inviável devido ao tempo disponível. Uma proposta interessante para o ensino-aprendizagem dos alunos da EJA, na área, seria realizar aulas práticas, simples e pedagógicas, que fizessem que o conteúdo curricular fosse mais bem assimilado pelos alunos. O presente trabalho aborda sobre a experiência do acompanhamento de turmas da EJA, de forma a realizar um diagnóstico das turmas e estabelecer as possíveis práticas experimentais. A finalidade dessas práticas é promover um ambiente de ensino-aprendizagem mais dinâmico, atrativo e desafiador, criar um ambiente de ação e reflexão sobre os conhecimentos físicos. Este tipo de proposta prevê também um maior envolvimento do aluno e incentivo em aprender e vivenciar novas experiências. No primeiro semestre de 2015 foram atendidos 142 alunos nas três turmas noturnas do Ensino Médio, modalidade EJA. Neste período foram abordados os seguintes eixos temáticos: Notação Científica, Movimento Uniforme, Função Horária, Escalas Termométricas, Dilatação dos Sólidos, Carga Elétrica, Lei de Coulomb, Intensidade Luminosa, Corrente Elétrica e Corrente Elétrica, de maneira teórica. Neste primeiro semestre, foi realizado um diagnóstico das atividades realizadas com as turmas. As mesmas eram compostas por alunos de idade avançada, bem como por alunos muito jovens - muitos possuíam dispensa de algumas atividades, contudo, a maioria dos alunos acabava evadindo logo nas primeiras aulas. O professor titular seguia plano de aula, alicerçado no PCN+ EM. No final do primeiro semestre, foram introduzidos neste plano, assuntos do cotidiano, ligados a Física, que pudessem facilitar a compreensão dos conteúdos, pois a desistência dos alunos era demasiada. Na interação do bolsista na escola, com os alunos da EJA EM, pôde-se observar que, a maior parte dos alunos, ao solicitar auxílio na aprendizagem dos conteúdos, fortaleceu o interesse no estudo dos mesmos. Geralmente a Física (e a Matemática) colocam-se como os grandes empecilhos na construção do conhecimento. O número de aulas semanais da área de Física impede que o professor desenvolva de forma teórica e prática os conteúdos que devem ser trabalhados. As orientações prestadas foram muito úteis na compreensão dos conteúdos da Física. As práticas experimentais, além de reforçar os conteúdos teóricos, poderiam também estabelecer uma noção de instrumentalização no cotidiano dos alunos, trazendo à tona seus anseios, suas dúvidas, sendo de grande valia para satisfazê-los em termos de aprendizagem. O acompanhamento das atividades da EJA, na escola, estabeleceu um diálogo interativo com os alunos. Desta forma, pode-se assim, concluir que a metodologia utilizada em aula, integrando a teoria e a prática, é muito útil e necessária, pois busca conhecimentos além, possui uma visão globalizada, tem argumentos coerentes e visão crítica sobre os eixos temáticos da Física.


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