EXOSTOSE METATÁRSICA EM EQUINO: RELATO DE CASO

CLAUDIO JUNIOR MACHADO POSSER, CAROLINA REJES MARQUES ROBAINA, CLAUDIO JUNIOR MACHADO POSSER, GUSTAVO FRANTZ BALEN, PATRICIA DE FREITAS SALLA

Resumo


A exostose é uma alteração do sistema locomotor, com maior incidência nos membros anteriores, frequente em animais jovens sem condicionamento físico, associada a treinamentos e locais inapropriados (LANÇA, 2013). Fatores importantes são exercícios forçados durante o adestramento, resultando em traumas diretos sobre as estruturas afetadas (OLIVEIRA et al., 2005). Os sobreossos são periostites proliferativas que formam um calo ósseo nos pequenos metatarsos. Favorecido pela posição anatômica, o segundo osso metacarpiano é o mais afetado (LANÇA, 2013). A deposição de tecido ósseo é resposta à entorse do ligamento interósseo, trauma ou fratura do osso. As periostites são de evolução aguda ou crônica, é uma membrana de tecido conjuntivo denso, vascularizada, fibrosa e resistente que envolve por completo os ossos (THOMASSIAN, 2005). A manifestação principal é a claudicação leve, sendo dolorosas quando palpada a face cranial do terceiro osso metacárpico, da sua região média para a distal, próxima ao boleto, no local em que o tendão extensor digital comum possui relação fraca com o periósteo, que não resiste ao esforço exagerado. Além da claudicação, após o trote ligeiro, ao descansar o animal procura aliviar a dor alternando o apoio do membro afetado (KNOTTENBELT e PASCOE, 1998; THOMASSIAN, 2005). O relato de caso de um equino, de três anos, sem raça definida, peso de 230Kg, em estágio final de doma, apresentando aumento de volume na articulação do boleto do membro posterior direito, sem manifestação dolorosa em repouso, e quando em movimento apresenta leve claudicação. A lesão foi desencadeada no animal ainda jovem, através de laceração em "arame" na porção distal do metatarso, na região medial, resultando uma fissura do mesmo. Na cicatrização ocorreu o remodelamento ósseo que originou a exostose. Dois anos após o trauma, efetuamos inspeção audiovisual, seguido de palpação local, identificando aumento de volume na articulação metatársica direita. Mensuramos circunferência com fita métrica e comprimento e largura com paquímetro. As medidas iniciais foram: circunferência de 26,5cm; comprimento, 8,5cm; largura, 7cm; espessura, 3,5cm; e as finais: circunferência, 28,5cm; comprimento, 8,5cm; largura, 7,2cm; espessura, 3,8cm. O tratamento inicial com pomada a base de Biodeto de mercúrio, óleo de croton, ácido fórmico. Após tricotomia e assepsia com iodo povidona, no local, realizadas duchas frias e aplicação da pomada na região afetada por três dias consecutivos. Durante o tratamento houve aumento da temperatura, dor e edema na região; o processo resultou em hipersensibilidade à palpação e dor durante o trote e galope. Com o aparecimento dos sintomas foi aplicado ducha, associada a analgésico a base de flunexim meglumine por cinco dias. Dez dias após interrupção do tratamento foi submetida ao raio X nas seguintes projeções: antero-posterior, latero-medial, dorsolateral-palmaromedial oblíquo, dorsomedial-palmarolateral oblíquo, latero-medial flex. Sendo detectado o local exato da lesão, apresentando uma fístula onde ocorreu a proliferação do periósteo e a consequente redução do espaço articular, que interfere nos movimentos. A partir daí, preconizou-se um tratamento para aumentar a vida útil do animal, já que a lesão se encontra em estágio avançado pela reorganização óssea já concluída; optou-se por uso de corticoide intra-articular, visando a reduzir a dor e a evitar uma artrite ou até mesmo uma sinovite.


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