ENRAIZAMENTO DE ESTACAS CAULINARES DE ACCA SELLOWIANA (O.BERG) BURRET (MYRTACEAE)

ALINE MARJANA PAVAN, LUÍS CARLOS CHERER, MARELISE TEIXEIRA, EDUARDO ÉRICO, ELISETE MARIA DE FREITAS

Resumo


Acca sellowiana (goiabeira-serrana), nativa do nordeste do Uruguai e região sul do Brasil, pertencente à família Myrtaceae, produz frutos semelhantes aos de Psidium guajava e que podem ser consumidos in natura ou na forma de geléias, sorvetes, entre outros produtos. Com enorme cultivo no mercado exterior, com destaque para Nova Zelândia e Colômbia, no Brasil é pouco conhecida. No entanto, estudos de mercado indicam que a mesma tem recebido aceitação no mercado brasileiro, podendo, assim, tornar-se uma alternativa de cultivo na Região Sul do Brasil, onde é favorecida pelo clima. Para estimular a exploração comercial de seus frutos, é preciso que exista disponibilidade de mudas. O estudo tem como objetivo verificar a possibilidade de propagar a espécie através do método de estaquia e testar a influência do fitorregulador ácido indolbutírico (AIB) e de diferentes substratos no enraizamento de estacas caulinares. O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Centro Universitário UNIVATES, Lajeado, RS. As estacas foram obtidas de plantas jovens cultivadas em viveiro a partir da germinação de sementes de frutos coletados de um único indivíduo. As estacas foram padronizadas em sete centímetros contendo um par de gemas. Após, foram estabelecidas em bandejas de isopor contendo os substratos casca de pinus bioestabilizada (S1), casca de arroz carbonizada (S2), vermiculita (S3) e mistura composta por S1, S2 e S3 (S4) na proporção de 3:1:1. Para cada substrato, antes do estabelecimento, as estacas foram imersas por 30 segundos em solução contendo AIB nas concentrações 0 (H1 - controle), 1,0 (H2), 2,0 (H3) e 4,0 mg/L (H4), totalizando 16 tratamentos, cada um com 32 estacas. Estas foram mantidas por 140 dias em casa de vegetação, quando foram avaliadas quanto às variáveis presença de raízes (PR), número de folhas (NF), número de brotos (NB) e altura do maior broto (AB), massa fresca (MF) e massa seca (MS). Para comparação da atuação dos substratos e hormônios foi utilizado o teste de Análise de Variância e o teste de X² de partição. Quando significativa foi utilizado o teste de Tuckey. Houve maior número de estacas sobreviventes (53) e enraizadas (47) quando utilizado o substrato S2, diferenciando-se dos demais (p = 0,04832), cujos valores foram inferiores. Ao considerar a influência do hormônio no enraizamento, verifica-se que houve maior número de estacas sobreviventes e com raízes no hormônio H1 (49 e 45, respectivamente), valores superiores, porém não significativos (p = 0,05), aos obtidos nas demais concentrações de AIB. Os resultados demonstraram ser possível obter o enraizamento de estacas da espécie quando obtidas de plantas jovens, sendo mais indicada a utilização do substrato casca de arroz. A imersão das estacas em 2mg/L de AIB favorece o enraizamento, porém não é uma exigência da espécie.


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